Amélia Prates Barbosa Souto
Nessa cidade que um dia
Foi lugarejo vila promissora
Teve seu desenvolvimento progresso
Com luta força compulsória
Seus filhos naturais e adotados
Não se pouparam muito trabalharam
No vale dos claros montes radicados
Da educação da construção trataram
Seus filhos ilustres tudo fizeram
Casas sobrados escolas mercado
Lojas praças estradas abriam
Um novo e bom lugar construíram
Mas com o tempo as coisas mudaram
Tornou-se mania habito um traste
As nossas administrações primaram
Os nossos tesouros não tombaram
De uns tempos pra cá só se vê
Destruição desmanche poeira subir
Igrejas casarões hospital mercado
Pelo dito desenvolvimento sumir
Tantos buracos passeios nas ruas
Porque deles não cuidar consertar
As praças abandonadas esquecidas
Antros de desordens não mais floridas
O povo fala reclama chora sofre
Não é ouvido nada se dá atenção
Os que não tem raízes aqui
Pouco se importam fazem a consumação
O assunto assusta traz comoção
Mas o tempo passa não se resolve
Esquecidos então se faz a destruição
São derrubados os imóveis a tradição
Montes Claros terra que se diz da cultura
É também terra de filhos mansos de aceitação
Sem coragem de brigar resistir impedir
Permite que joguem seus bens no chão
Que os filhos desta terra receptiva a resguardem
Acordem perpetuem suas naturais características
Não mais permitam a permanente destruição
A salvem digam basta e a guardem no coração
O trem de ferro chegou prometendo
Que o progresso e a evolução aconteceriam
Que a comunicação faria a terra crescer
Sem no entanto o amor pela terra morrer
Sua história seus passos vividos
Para aqui não se fazer excluídos
Mesmo assim o drama aconteceu
Foi seu passado enterrado esquecido
Mais uma calamidade pública revolta
Na cidade o comentário inaceitável
O M.C.T.C. o último recanto central verde
Estão dizendo que vai ser desmanchado