O cárcere 417

Jornal O Norte
23/09/2005 às 10:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:52

Damião Alves *



O cárcere 417 esconde o reflexo dos olhos pretos e tristes do homem que, pelo que todos comentam, presenciou um requinte de crueldade que tem acontecido nos últimos dias e que vitimou um dos colegas de cela. Mesmo sabendo que os presos brigam e se matam entre facções criminosas rivais, seus semblantes escondiam o medo de quem pressente o fim.

Muitos homens haviam morrido e não se sabia qual o motivo real, a não ser a insatisfação que eles demonstravam pelos maus tratos aos quais estavam sendo submetidos em todo o presídio. Assim, o homem assustado e confuso comenta com os colegas de cela.

Dias atrás, ele ouvira outros colegas da cela ao lado comentar entre amigos sobre o golpe de misericórdia. Foi numa noite feia de março de 1985, numa cela molhada e fedida, presos se rebelaram, aí começou a sorte (?) dos colegas que iriam ser executados dentro da própria cela, por represália entre eles e para chamar a atenção das autoridades para a situação degradante em que estavam vivendo.

As execuções e violência dentro das penitenciárias e presídios, nos campos de futebol, nos bailes funks, entre outros lugares, estão ganhando destaque na imprensa. Ainda que ninguém consiga precisar o número exato de vítimas, que cresce a cada dia. Isto é um fato.

* Músico e articulista


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