O azeite - por Felippe Prates

Jornal O Norte
03/09/2008 às 10:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:42

Felippe Prates

na República Velha, ou seja, anteriormente à Revolução de 1930, os governadores tinham o solene e formal título de Presidentes.  Assim, Antônio Carlos de Andrada foi Presidente do nosso Estado, um político importantíssimo que conversava com muito pouca gente...

Deu-se que, para assombro geral, Sua Excelência arranjou uma namorada!  Foi um Deus nos acuda!  Segundo constava, tratava-se de uma professorinha e a austeridade mineira foi ferida de morte!  Um mal estar terrível apoderou-se da tradicional família mineira, do espírito e da consciência das autoridades, as pessoas “gradas”, algumas com acesso ao Presidente.  Alguém tinha que falar com ele, dar um jeito na situação, inaceitável, vergonhosa, escandalosa etc., etc.,o horror dos horrores!

Mas quem cometeria o grave e heróico gesto de puxar a orelha de um Andrada Presidente, cujo coração só podia pertencer à Primeira Dama e a mais ninguém, condenado ao desamor, vítima do burocrático, insosso, porém oficial, “papai e mamãe” para o resto da vida?  Procura daqui, procura dali e, finalmente, o secretário mais idoso foi incumbido de desincumbir-se da terrível missão.  Tomou umas e outras, encheu-se de coragem via “marvada” e falou com o Presidente sobre sua saliência. Antônio Carlos riu muito e mandou o emissário de volta aos “sheriffes” da moral e dos bons costumes, com afirmativa convincente:

-  Ai, quem me dera!  O azeite mal dá para o altar-mor, que dirá para os laterais...

Amigo Reivaldo Canela (1): Tarde piaste! Li seu livro “O Menino Pescador”, antes de receber o recado do amigo, (disgusting!), dispensando-me de lê-lo, por julgá-lo fraca obra. E fí-lo bem, pois gostei.  E por ter gostado, como de costume, nos termos de compromisso assumido, redigi a crítica, técnica, esmiuçada, um pouco extensa, que lhe é bastante favorável (de zero a 10 levou uma nota 5) mas, para não aborrecê-lo, deixarei de publicá-la.  Uma pena!  Meus parabéns, mesmo sem qualquer merecimento literário,  “O Menino Pescador” tem um texto bucólico, pastoril, que remete às éclogas virgilianas  (ligado à natureza), ingênuo, mas agradável de se ler.  Um livro muito simpático, próprio para leitura em pic-nics, que poderá ser oferecido às pessoas de bom gosto por ocasião do Natal.

Amigo Reivaldo Canela (2) : Sua afirmação de que TREZE intelectuais/literatos da nossa terra leram os originais de seu último livro, “O Menino Pecador”, é um espanto!  Preciso ser apresentado aos outros 10, pois, como todos sabem, existem apenas três intelectuais/literatos em Montes Claros, cujos maravilhosos textos, inclusive, nada ficam a dever aos de Cyro dos Anjos ou Darcy Ribeiro. São eles:  Amelina Chaves, José Luiz Rodrigues e você, Reivaldo Canela...

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