Antônio Augusto Souto
Aquela luzinha distante,
acende... apaga,
acende... apaga,
no mar soturno,
de quem é ela?
Será um barquinho errante?
Será jangada de vela?
De embarcação graúda
não é,
que não sobe... desce,
apenas
brilha... apaga,
brilha... apaga,
ao sabor
da vaga.
Muito além da luzinha
instável,
já é manhã ensolarada;
eu penso,
ante o negror intenso,
do mar imenso.
Brisa que vem da mata
traz cheiro audível,
faz ciciar folhas,
para acordar passarinhos,
no aconchego doce
de seus
ninhos.