Na contramão da educação

Jornal O Norte
Publicado em 30/06/2009 às 10:41.Atualizado em 15/11/2021 às 07:03.

Sarah Pará



No Brasil todo mundo é chamado de doutor por diversas razões: dinheiro, educação e poder! O Supremo Tribunal de Justiça/STJ acaba de sacramentar que qualquer um, sem preparo, pode ser jornalista! Não adianta uma política social que obriga pais a matricularem seus filhos em escolas de nível fundamental somente para “inglês ver”, se não há incentivo para atingir o nível superior. Na atualidade, estudar somente até o ensino médio é pouco.



A competição de mercado é igual mundialmente, principalmente depois da abertura das fronteiras econômicas e mercadológicas. Hoje não basta o homem ou mulher ter uma formação sem especialização acadêmica, Já se fala em doutorado, com visão para atingir o “PHD”: com aplicações filosóficas na tese defendida. No Brasil chama-se de livre docência o individuo que é capaz de refutar todos e quaisquer argumentos contrários à tese defendida. Em inglês, PhD é “Philosophy Doctor”.



Os novos currículos acadêmicos estão aí para comprovar a exigência do mercado. O jornalista para exercer a profissão, necessariamente não precisa ser graduado em comunicação social, mas obrigatoriamente deve ter formação acadêmica. Sem este horizonte, sequer pode-se fazer uma pesquisa avançada sobre determinado assunto para explanar o tema a todo tipo de intelectos. Jornalismo é muito maior que tratar de um assunto específico, além da importância de saber escrever.



Não se pode perder de vista que profissionais da imprensa qualificados são os responsáveis, e investigadores dos escândalos do “mensalão”, dos atos secretos do senado e de outras tantas falcatruas em vários setores do serviço publico! Qual interesse haverá por trás da decisão de não se exigir graduação para o exercício de jornalista? É lastimável que o mármore frio que congela a visão de quem determina as leis continue até os tempos atuais! O argumento usado é de que a Constituição Federal não contemplou a lei de 1969.



Criada na ditadura, com a intenção de proteger interesses dos generais, impedindo que intelectuais e artistas, se manifestassem para politizar a multidão. Por isto, tornou-se obrigatório o diploma de jornalista para escrever em jornais, rádio ou TV. A Constituição de 1988 não contemplou esta lei porque não houve manifestação de representantes da classe. São 21 anos de defasagem. Donos de meio de comunicação não têm interesse em contratar profissionais desqualificados para baratear mão de obra, isto nem se cogita! Em jornalismo, razoabilidade não é permitida. É preto no Branco! A liberdade de expressão para atuar como jornalista poderá vir a ser libertinagem da informação. A luta para melhor investimento na educação escolar no Brasil cai por terra!

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