Mercado e proteção ao cliente

Jornal O Norte
22/10/2009 às 11:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:14

Dirceu Cardoso Gonçalves


Dirigente da ASPOMIL

Um homem de 70 anos, que costumava levar o malote de uma lotérica para depósito, foi barbaramente baleado no rosto e morreu, no saguão do banco. Quem atirou foi um indivíduo sem passagens pela polícia que distribuiu panfletos durante alguns dias perto da agência e “mapeou” o local para fazer o assalto. Isso aconteceu na rua São Bento, centro de São Paulo, um dos mais tradicionais pontos comerciais e bancários do país.  Demonstra que algo precisa ser feito para proteger a clientela dos bancos e de outros estabelecimentos.

Tornou-se hábito os marginais rondarem as casas bancárias - e muitas vezes ficarem dentro delas – para saber quem está chegando com dinheiro para depositar ou sacando importâncias que podem ser roubadas. Esses facínoras agem livremente, bisbilhotando a vida da clientela e passando as informações, por telefone celular ou sinal, aos seus comparsas, que “fazem o serviço” no lado de fora. Mas há casos em que o crime é cometido dentro do próprio espaço bancário, como se isso fosse coisa absolutamente normal. O fato é noticiado, mas nada é feito para evitar novas ocorrências.

As instituições bancárias precisam ser compelidas pelo poder concedente a manter sistemas de segurança eficiente, programados para, além do patrimônio, também protegerem a clientela. O cliente e sua vida têm de ser os valores maiores a preservar pois, sem eles, nada do resto tem razão de existir.

Os usuários de banco, especialmente os idosos com dificuldades de entendimento, locomoção e reação, tornaram-se alvos fáceis dos criminosos que se infiltram na clientela e contra ela cometem seus crimes, que vão desde o assalto puro e simples até as mirabolantes estórias que levam o incauto velhinho a adquirir o contumaz “bilhete premiado”. Com a tecnologia hoje disponível, coisas como essas não deveriam continuar ocorrendo.

Os bancos, assim como os demais estabelecimentos – supermercados, magazines, restaurantes e até os mais modestos bares - têm como, a baixo custo, manter o monitoramento de seu espaço destinado à clientela e evitar que o crime aconteça em seu interior e, até nas imediações que lhes dão acesso. É uma questão de eficiência e até de desempenho mercadológico pois, com a insegurança, o cliente foge e os lucros diminuem.

A popularização da câmera e do computador tornou fácil e barato o monitoramento, vigilância e até a parceria com as autoridades policiais. O que precisa, agora, é estabelecer métodos para a realização desse trabalho de segurança e cidadania. É uma tarefa para governo, legisladores, seguradoras e, principalmente, empresários, em cujos estabelecimentos os crimes acontecem ou são deflagrados. Quem monta um negócio jamais pode permitir que seu cliente se transforme em presa de bandidos. Questão de inteligência, decência e dignidade!

Negociantes (de todos os ramos!), protejam seus clientes, antes que o medo os afugente para o serviço do seu concorrente...

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