Memórias de um bebum consciente

Jornal O Norte
08/12/2009 às 09:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:19

Júlio César Dias Alves

Episódio de hoje: Nem sempre Arruda ajuda

Meu querido... Esse negócio de querido é meio boiola...

Meu prezado diário...

Hoje é... Nem sei... Deixa pra lá.

De ressaca pra variar, amanheci pensando nas notícias veiculadas na mídia que, como não poderiam deixar de ser, falam em corrupção, greves, escândalos, desastres, o trivial.

O que mais me chamou a atenção não foi a roubalheira que como sempre assola Brasília, pois isso já ficou banal, mas sim a engenhosidade dos danados com relação às embalagens usadas na forma de carregar a bufunfa usurpada sem dó dos cofres públicos.

Malas estão totalmente fora de moda. Dizem que virou até referência de cafonice.

“Vossa excelência, conhece o Dr. Fulano, governador? Tão mal arrumado, com ternos sem grife, sapatos comprados prontos, desengonçado e dizem até que ainda carrega propina na mala... Um absurdo! Devíamos até denunciá-lo para o Conselho de ética (pelo vestir e não pela propina).”

Sacos, então... Muito deselegantes, apesar do volume.

Bolsas e bolsos têm seu lugar comum, são até certo ponto aceitáveis.

Mas a embalagem ideal, o lugar ditado pela moda dos safados modernos são (pasmem!) as cuecas e meias... Dinheiro sujo nos lugares de honra! Assim, sim!

Fico imaginando os banheiros do congresso, do senado, dos governos, como um guichê de banco. Para satisfazer suas necessidades, os políticos cretinos devem antes acomodar o seu capital:

- Dólares aqui, euros nesta gaveta e os reais ficam aqui em cima mesmo, pois na falta de outro papel, vai ele mesmo...

Imagino que, agora, as primeiras-damas assumiram um novo papel social no governo, dada a intimidade dos saldos espúrios dos maridos: o de contadoras.

O Brasil tem muito dinheiro.

Pra eles.

A educação não tem verba para o tão sonhado aumento dos professores e profissionais de apoio. Não existe dinheiro para investimentos em segurança. E o que dizer das nossas ruas e estradas. Do mesmo jeito que as contas do governo, só o buraco.

“Os buracos da cidade estão diminuindo em quantidade”. É, aonde haviam dois buracos, eles se juntaram e agora só existe um.

Assim como nas estradas, que só tem um buraco... Começa aqui e termina no destino.

E as desculpas, quando são flagrados, por ex assessores, ex esposas ou ex ex?

Essas sim ganharam uma criatividade lasciva.

De sobras de campanha, doações não contabilizadas, agora viraram panetones.

Até aproveito aqui o meu pequeno espaço para fazer um aviso de cunho social, algo extremamente importante, que até então, que eu saiba ninguém se lembrou:

Padarias do Brasil, fiquem de plantão, porque o que vem de encomenda de panetone agora, vai ser uma coisa absurda, dada a quantidade de verba demonstrada nas imagens da TV!!!!

O sertão vai virar mar... Um mar de panetone!

Os engarrafamentos nas grandes cidades, serão quilômetros de panetones.

As inundações serão de panetone. Para onde se olhar, veremos panetones.

Menos em Brasília.

Lá, até pelos gostos refinados, não haverá panetone, mas, com certeza, acabará em pizza (é tudo massa mesmo...).

Se for dirigir, não beba, mas se for beber... me chama!

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