Leitura sem censura - Ópera Bufa - por Adilson Cardoso

Jornal O Norte
Publicado em 22/04/2008 às 17:38.Atualizado em 15/11/2021 às 07:31.


As eleições estão chegando, com ela acontecimentos diversos, que irão mexer com a vida de todo mundo. Preparem-se senhoras e senhores, que o espetáculo vem com doses cavalares de humor e precisamos ter cuidado, pois o relaxamento exagerado dos esfincteres poderá nos levar ao constrangimento.



Algumas propagandas são tiradas de piadas que se encontram facilmente em qualquer banca de revistas. Uma entrevista em O NORTE de um pretenso candidato a prefeito, quinta-feira, 24, já nos deu uma prévia de que vai ser muito engraçado. São noventa e nove por cento de chance de darmos cãibras nas mandíbulas, devido ao excesso de riso.



Elton Cabeção, que em todas as eleições é cabo eleitoral de um candidato que se alcunha por Zé Cagão, já reuniu uma turma para a organização de campanha. Nomes conhecidos nos meios embriagados estarão sendo recrutados por Cabeção, que tem lá seu amor pelo caldo de cana. Entre os nomes encontramos Roninha, que já foi lateral esquerdo e hoje é conhecido por Meiota; Ket-boquet, Didi-zói de boi, Maria-enxuga, João-pé-inchado, Nei-peida-pinga, Cláudia-cirrose, Manoel-esponja, Varjão-torresmo e Luizim-descascado.



Contra Zé Cagão ainda corre processo de atentado violento contra a saúde pública, de quatro anos atrás. Segundo o candidato, foi Elton quem cometeu o delito, pois um saco de dentaduras foi dado para ser distribuído em um bairro da cidade, que era o seu curral de votos, porém, após tomar quase todas, o cabo eleitoral deixou aberto o vasilhame de dentaduras e disse ao povo que enfiasse a mão dentro e experimentasse para andar mais rápido. Nisso a troca de babugens advindas das mais diferentes bocas foi inevitável.



Seu Lino, que ficou tão feliz por estar sorrindo com dentes na boca, contraiu uma infecção labial que por pouco não caíam os beiços. Dona Lourdes não vota em Montes Claros, mas seu filho trocou a dentadura dela pelo seu voto, a pobre achou um chicletes grudado em um molar, mas disse que não tirou porque achou que fosse uma obturação. Nasceram-lhe umas bolhas na língua que, três dias de sofrimento depois, ao tossir, a língua caiu no chão.



Precisaram vender o boizinho Trambique para implantar uma prótese no lugar. Infelizmente, o povo tem pouca memória e Zé  Cagão está de volta. Desta vez ele prefere alimentar seus eleitores. Questionado se não teme a justiça cassar seu mandato caso ganhe, apenas sorri e diz que tem as manhas.



Bem, a estratégia de alimentar é a seguinte: no dia das eleições vai ter caldo fortificante para ninguém votar com fome, depois que ganhar a intenção é aumentar o potássio dando banana para todo mundo.



Um candidato dono de funerária vem com um lema inovador: Não quero vê-los apenas nessas horas, em que lágrimas despejam dos seus olhos, quero estar também quando sorrisos despejam das suas bocas.



E por aí vai, rolando as espetaculares intervenções, desta arena de manés.  Vamos esperar que se inicie o horário nobre com bastante pipoca e guaraná. E que vença o pior, digo, o melhor!

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