Leitura sem censura: O carnaval de Paulinha - por Adilson Cardoso

Jornal O Norte
Publicado em 26/02/2009 às 08:51.Atualizado em 15/11/2021 às 06:51.

Adilson Cardoso


adilson.airon@mail.com



Se o assunto referente ao início do carnaval é controverso, dos cultos para louvar as boas colheitas dez mil anos antes do nosso brother Jesus Cristo, as homenagens à deusa Isis e ao touro Apis, aos festejos pela volta da primavera ao deus Dionísio e outras versões, mais controversa é a versão de Paulinha sobre as suas estripulias nesses folgados dias de pulação colorida. Paulinha, é lógico, é um codinome que impede essa linda patricinha de me cobrar na justiça este simplório comentário que não podia deixar de fazê-lo, longe do fofoquismo, mas a situação me inspirou.



Casada há apenas seis meses com um bondoso rapaz que dedica sua vida ao trabalho em um barzinho da cidade onde é sócio, e a ela, que cursa o 4° período de Enfermagem em faculdade também da nossa Moc, bonitinha mas violenta. 



Paulinha, desde a época de namoro, já deixava claro que preferia passar o ano todo a pão e água que passar a folia de Momo sem usar suas fantasias e olha que são imensuráveis para este horário. Inicialmente, o moço não impôs. Mesmo sendo criticado pela família, deixava o amor falar por si, tudo estava indo na mais perfeita ordem quando, de data marcada para o enlace matrimonial, Paulinha é flagrada por um carro da PM fazendo amor com um professor da faculdade.



Na hora, o professor, temendo pelo escândalo, pelo seu casamento e pela exposição da aluna noiva, tentou subornar os policiais Felizmente, estes eram daqueles que são exceção no meio de tantos venais. Deram-lhe ordem de prisão e tapas nas orelhas, com chutes nas nádegas desnudas.



No outro dia, em pleno domingo de pagode no barzinho, a página dos acontecimentos populares do jornal anunciava: Casal flagrado fazendo sexo no fundo da rodoviária tenta subornar policiais. O noivo corneado, após ler a matéria, entrou para a adega e só saiu nos ombros do sócio. Com a casa cheia, ele gritava que era corno mas era feliz...



Muita coisa mudou, Paulinha conseguiu o perdão após acusar o professor de chantageá-la pedindo sexo em troca de pontos em sua disciplina. Voltaram e se casaram, mas sem nenhuma regalia, nada de carnaval nem de queimar de topless no clube do Ferró...



Passaram-se esses meses de casado e, na última sexta-feira, Paulinha se despede do marido dizendo que passaria o carnaval em retiro da Canção Nova. O avarento por ganhar bastante dos brameiros e skoleiros nesse feriado, nem desconfiou que o retiro da esposa seria nas praias ardentes da Bahia.



Muito agito, álcool e agarração, Paulinha foi flagrada pelas câmaras da Band no bloco Chupa-chupa, este que só pode ser filmado após a meia noite, devido ao liberalismo existente. A folia acontece em um dos mais famosos clubes de Salvador frequentado por estrelas internacionais que curtem privacidade e liberdade e pagam rios de dólares.



O marido, que costuma se masturbar olhando as morenas no final da noite, viu sua esposa em grande close literalmente no Chupa-chupa... Para se esquivar de mais uma vergonha, começou a ligar para todos os amigos que sabia fazer a mesma coisa nesse horário. Infelizmente, todas as vozes amigas respondiam em tom de acanhamento, não restando a menor dúvida de que tinham visto a inflamada apresentação. A casa bem localizada, há pouco reformada, ficou toda destruída, as fotos de casamento queimadas a poucos metros da casa do meu amigo Marcos Paulo, que me contou a história. A mãe de Paulinha acusou o genro de possessivo e fumador de crack, afirmando que a filha estava realmente onde disse estar. Para a polícia, mostrou um cartão que ela enviou com data do dia 20/02, com assinatura do padre comandante.



O mais incrível é que Paulinha, em entrevista por telefone, respondeu que a sua consciência estava limpa mas, por via das dúvidas, ficaria por lá, que homem ciumento quando desconfia vira bicho...

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