Leitura sem censura: Invenções marcantes

Jornal O Norte
Publicado em 22/01/2009 às 11:04.Atualizado em 15/11/2021 às 06:50.

Adilson Cardoso



A criatividade é a principal responsável pela evolução do universo, o homem que recebe a dádiva de beber desta fonte se diferencia dos demais, pois assume o privilégio de criador deixando seu nome gravado eternamente  nas paredes da história. A criatividade dos grandes inventores às vezes passa despercebida pela rotina de parte da população e pela praticidade que o utilitário, o adorno, o veículo, o avião e etc, produzem ao ser. Porém é de bom tom voltar um pouco ao passado  lembrando  estas figuras, pelo menos para esquecermos que convivemos no mesmo planeta com tantas  escórias do tipo: George W. Bush, Shimon Peres, Gordon Brown, Hu Chintao, Alvaro Uribe, Renan Calheiros, Fernando Henrique Cardoso e Diogo Mainardi. A pequena cidade de Juramento a 36 km de Montes Claros é a Pátria de Valdeci Veloso um técnico de Enfermagem que desde pequeno mostrou um senso criativo muito forte inventando parlendas e fazendo esculturas em toá, encontrado na beira da Barragem  que é o ponto turístico do lugar. Foi muito aclamado até o dia em que um professor de Artes Plásticas de Montes Claros  disse aos seus   pais  que  sua arte lembrava o  Aleijadinho  grande artista barroco, conta hoje o próprio Valdeci até em tom de galhofa, que seu pai puxou um facão e só não decapitou o professor por que as pernas não alcançaram, vociferando com bravura, que Aleijado é a p.q.p. Bem, mas o técnico é o responsável de honra  pela criação do cotonete , segundo o livro das criações não publicado mas  atestado  pelo próprio juramentense e pelos seus tios Zé Prequeté, Juca Talagada e Moacir Come Cabra, a idéia surgiu no dia em que sua tia Jerosina futucou tanto os ouvidos tentando tirar cera que acabou tirando  sangue, o menino prodígio vendo aquilo pegou um pedacinho de algodão e enrolou nas pontas do grampinho, depois deste dia Juramento em peso usava o utensílio para aliviar-se das coceiras provocadas pela sujeira. Alguns até se exibiam com o instrumento no bolso aos domingos de calor e gente nova. Porém um certo  turista vendo aquela forma inédita de limpar os ouvidos fotografou e vendeu  aos irmãos Jhonson & Jhonson que adaptaram o algodão a uma haste de  plástico mais confortável e assim o mundo todo usa o cotonete  ampliando a fortuna dos irmãos, e o amigo Valdeci  disto tudo resta apenas o apelido de cotonete. Em Lontra, nos anos 30,  um conhecido benzedor por nome Nonô das tintas arrancava cascas de uma árvore conhecida por Noideira e misturava ao  mel de Jataí. Esta mistura resultava numa tinta que era usada para escrever em diversos tipos de materiais sem perder a plasticidade, os papéis que recebiam a invenção eram expostos e a venda da tinta fazia o benzedor famoso e até comercializar já estava conseguindo. Os Jornais Paulistas da época foram os primeiros a divulgar o invento e atiçar os grandes empresários de todo o mundo a patentear o simplório Lontrino, mas o que aconteceu foi um  golpe rasteiro  dado pelo senhor Marcel Bich, um italiano nacionalizado francês, que induziu o moço pela fé  custeando  uma  viagem sua    para conhecer o local onde seria construído  o Estado do Vaticano, sede do poder Papal nesta época, o tratado de Latrão estava sendo assinado e a Santa Igreja apertava a mão do Fascismo.  Seu  Nonô teve o  direito de levar toda a família e quantos amigos quisesse. Segundo relatos,  a cidade toda foi convidada ficando apenas João Batista o guarda noturno para vigiar as ruas  desertas . Resumindo, uma semana com tudo pago na mais perfeita mordomia.O Modesto aprendiz de inventor não sabia sequer assinar o nome para atender os autógrafos inclusive ao secretário do Papa, mas usou a digital tantas vezes que perdeu as linhas até da mão esquerda voltando na carne viva. Após  o passeio a surpresa: os meios de comunicação   de todos os cantos do mundo  anunciavam o invento que revolucionaria a história da escrita, tratava-se das canetas “Bic” com uma tinta que jamais  alguém  imaginou em cor e consistência,  a exemplo do amigo de Juramento o benzedor morreu amarrado numa camisa de força reivindicando seu invento.  De outro  golpe histórico foi vítima  Maria de Belarmino lá de Tocandira, pacata vendedora de biscoitos na beira da linha nas passagens do trem, nas horas vagas ela  tirava uma pasta da resina do Jatobazeiro e, passava nos dentes para clarear do excesso do cigarro de palha. Era sucesso absoluto sendo encomendado até por dentistas de Monte Azul e farmacêuticos de Capitão Enéas. Porém,  numa viagem de trem pelos sertões norte mineiros, dizem os comparsas que foi por acaso, mas de acordo o notável antropólogo Darcy de Campos,   estudioso das comunidades criadoras, foi  uma  jogada de mestre. Ele  sabia o que iria encontrar alí.  Um ardiloso  vendedor e fabricante de sabonetes,  por sinal  inglês de nome  Willian Colgate sabendo daquela novidade e da simplicidade de dona Maria  trocou duas caixas de sabonetes com desodorantes Rexona pela idéia da dona de casa, e em pouco tempo  transformou a simples mistura da resina no mundialmente famoso creme dental Colgate. Maria de Belarmino não se deprimiu pois nunca soube que a pasta que escova seus poucos dente  é fruto   do seu invento,  pelo  contrário, se vangloriava dizendo ter passado a perna no estrangeiro que lhe deu  tanta coisa cheirosa em troca daquele inguento de Jatobá. Só não suportou o crime de FHC quando tirou  o trem de circulação,  em janeiro de 1997 foi enterrada  depois de se enforcar com a corda do balanço dos filhos  no mesmo pé de jatobá que escorria a resina . E por aí vai...

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