Adilson Cardoso
Não pretendo ser mais um, aproveitando a essência odorante do corpo destes dias, para descrever sobre este ser que é a própria antítese que permeia nossas vidas. O doce que seduz nossos lábios ao mesmo tempo é o féu que atordoa nossos sentidos. Mulher, cantada ao longo da história pelas mais belas canções, recitadas pelos poetas, pintadas pelas mais talentosas mãos da antiguidade a renascença até os modernos. Quero dar som a estas palavras e dizer tudo isto bem baixinho, sussurrando cada dor, exaltando o prazer e a felicidade. O Dia Internacional da Mulher, que se comemora em referência ao massacre de 130 operárias numa fábrica de New York em 1857, por estarem reivindicando melhores condições de trabalho, redução de carga horária e aumento salarial, foi decidido numa conferência internacional da mulher na Dinamarca em 1910. E, só em 1975 foi instituída pelas Nações Unidas. Porém, o mundo machista de alguns anencéfalos, não parou para ver o oito de março desfilar sua história e suas conquistas. Às 15 horas desta data no ano de 1997, o empresário Paulista Marcos Toretty assassinou sua esposa Márcia Lidiane Toretty na festa em que ela comemorava seus 29 anos. Preso em flagrante, o criminoso alegou que a esposa havia pedido um tempo e ele não aceitava a separação. De acordo dados da época, Márcia já havia registrado inúmeras queixas de agressão contra o marido, porém ele só foi detido após cumprir o que sempre prometia: “eu ainda te mato!”
Maria Santiago de Jesus perambulava com seu companheiro Caetano Aparecido da Silva , pelas ruas de Belo Horizonte desde o inicio dos anos 90, sem profissão e sem dinheiro para moradia dormiam sob marquizes e viadutos. Vendiam papéis e outros materiais para ganhar a sobrevivência de cada dia e a cachaça monitora das forças. No dia oito de março de 1998, o andarilho esfacelou o crânio da companheira com uma pedra, em baixo de um viaduto em frente a Serraria Souza Pinto. Motivo: Maria havia escondido dentro dos seios o dinheiro para comprar comida e ele queria beber. Na cidade de Concórdia, em Santa Catarina, Leocádia Koekosi, 38 anos começou a sofrer ameaças quando decidiu separar-se do marido Irineu Francisco da Silva de 47 anos. Leocádia com medo não denunciou o agressor, infelizmente na manhã de 21 de Julho de 1997, com 26 facadas, Leocádia foi brutalmente assassinada na frente dos filhos do casal.
Em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a garçonete Cláudia Flores de Azevedo foi morta a golpes de martelo pelo seu namorado Hilton Murici, na manhã de 08 de março de 1998. Cláudia havia acabado de sair do seu trabalho em uma casa de shows. Segundo a polícia, o criminoso alegou que havia pedido a namorada para deixar o trabalho noturno, acrescentando ainda que seus amigos faziam piadas a respeito dela passar a noite fora. Hilton era desocupado e tinha passagens pela polícia por porte de drogas e de armas. A estudante Andréia Cristina Lessa, de 14 anos, sonhava em ser médica, filha dedicada e amorosa, que despediu-se da vida terrena no dia 22 de julho de 1997, estrangulada pelo namorado F.B, de 17 anos na cidade de Joinville, no Paraná. O fascínora contou que matou por motivo de ciúmes, pois Andréia terminou o namoro e isto ele não aceitava.
Em 2000, o Jornalista Pimenta Neves, de 64 anos, matou a também Jornalista Sandra Gomide de 32 anos, também por ciúmes. Ele não aceitou o fim do romance. Perdoem-me belas formosas de todas as idades, cores, tamanhos e credos, por esta exposição sangrenta no auge das vossas conquistas, estas rudes lembranças que tanto magoam e infelizmente fazem parte do espetáculo, neste palco Universo comandado por vocês, que são tão queridas e desejadas, que ultrapassam a razão de alguns, por isso denunciem a covardia, amem com o prazer de sentirem-se amadas, matem-nos de desejo na fantasia que nos devora, mas não morram sem saber que vocês possuem a Lei Maria da Penha, com o orgulho e a responsabilidade por saber que a própria Penha ficou paraplégica por agressão física. Sejam lindas todos os dias e felizes a todo instante, gozem com o delírio que a hora proporciona, seja no casamento institucionalizado ou seja na zona, mas seja mulher! Você já chorou com medo de sorrir, já ficou sem votar, foi violentada nos seus direitos de mãe e estuprada pelo próprio pai. Mas hoje, esqueça tudo isto, e venha se olhar no espelho. Você está cada dia mais maravilhosa!