Leitura sem censura: Além do sinal vermelho - por Adilson Cardoso

Jornal O Norte
04/09/2008 às 09:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:42

Adilson Cardoso


adilson.airon@mail.com

(Aos vândalos sem amor a vida)


 


Vejo que se cansou do mundo ordinário, sua vontade de voar extravasa os limites do firmamento. Sua sede insaciável de ser o maior cresce a cada instante. Você é fruto da época dos hormônios alterados dos transgênicos e anabolizantes, das refeições coloridas com alto teor de agrotóxicos. No meio da avenida sua silhueta zig-zageia entre os veículos em movimento, cada vez que o vento uiva, sua mão afoita acelera ainda mais, sua cabeça está embriagada e deixa seus olhos distorcerem  as imagens fugazes que lampejam. Vai meu caro! As sombras da noite só assombram aqueles que raciocinam e temem as formas que criam, como os sonhos que nos chegam com suas unhas de lâminas e seus templos insalubres. Aqueles que adotam a coragem e a imortalidade por si só vagam como você, perigosamente na linha da vida dando constantes curtos na fronteira com a morte, mas corra se a estrada é longa e se as placas que sinalizam a velocidade permitida não lhe inspiram confiança, talvez os 40 que se transformaram em 80 fossem  números obsoletos que pessoas temerosas da morte inventaram para lhe tirar o prazer de pilotar como Fórmula Um. De chegar em primeiro lugar mesmo que esta chegada não exista.

Aprendemos que as cores têm varias funções na nossa vida,  primeiro as artísticas quando misturamos para pintar um quadro ou mudar o visual da parede.Como utilitárias as cores nos alertam para o perigo, por exemplo,  que é representado pelo vermelho que é uma cor considerada quente dentro do ciclo cromático, Pare! ela fala em voz alta  nos semáforos, pare! mas antes usou de suas parceiras primárias para indicar-lhe que tudo tem o seu tempo. Mais uma vez rasgando o vermelho  na mais crua das manifestações expressionistas você foi, pena que o tempo não lhe deu ele mesmo para sentir que nosso ID precisa de um Ego e Super Ego, para não fazer tudo aquilo que a vã curiosidade de experimentar alicia a cada suspiro. As cores também têm o dom de seguir-nos até onde nosso infinito alcança. É através delas que os folclores de criança nos acompanham  por toda a vida, o vermelho ainda estava com você entre cortes e fraturas múltiplas expostas que rasgavam suas vestes saindo  enérgico e vivo desenhando figuras simplórias e despreocupadas como garatujas. Corra meu caro, mas  agora siga  aquela luzinha azul lá no fim do túnel, ela vai te conduzir ao seu pódio final. Acelere que vem vindo alguém que participou do seu último Racha!

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