Jarbas Oliveira *
De seis a oito meses será implantada uma nova rede de transporte coletivo urbano de Montes Claros. Esse é o desejo da administração municipal, da Transmontes - Empresa municipal de transportes e ATCMC – Associação das empresas de transporte coletivo urbano de Montes Claros. O nosso artigo vale como sugestão para que eles se reúnam e dialoguem sobre a melhor maneira de investir os R$ 11,9 milhões, provenientes da licitação pública, acrescida de cerca de R$ 115 mil mensais de ISSQN devidos pelas duas empresas concessionárias. É imperioso que não deixem o povo de fora, pois este é um assunto de grande interesse para toda a população.
Há muitos anos que o transporte coletivo urbano é explorado pelas empresas Transmoc - Transportes e turismo Montes Claros Ltda., e Alprino – Auto lotação Princesa do Norte Ltda., organizadas através da ATCMC.
Atualmente a cidade, para este fim, está dividida em linhas exploradas por uma ou outra empresa, e o respeito pelo território alheio leva o usuário a peregrinar de ponto em ponto, pagando em cada um deles uma nova tarifa.
Não queremos colocar em discussão ou questionamento a legalidade da concessão por dez anos, podendo ser renovada para mais dez, mas a aplicação do investimento e o serviço que será prestado.
A concessão apresenta cinco objetivos principais: 1) Modernização da frota de ônibus; 2) Aumento de oito linhas convencionais; 3) Criação do Vale verde 4) Redução do tempo de espera nos pontos; 5) Integração temporal.
Os veículos terão vida útil estimada em oito anos, após os quais deverão ser substituídos. Isto quer dizer que o usuário terá ônibus em excelentes condições de uso. Alem disso, alguns deles serão adaptados para o especial atendimento aos portadores de deficiência física.
As oito novas linhas que darão maior acessibilidade às outras regiões se justificam pela crescente expansão urbana.
A criação do Vale verde contribuirá com a inclusão social, ao permitir o acesso gratuito dos usuários aos doze pólos de lazer da cidade – parques municipais, exposição, estádios, poliesportivo etc.
O aumento dos veículos em circulação, de 91 para 114, e a racionalização dos itinerários reduzirão o tempo de viagem e de espera nos pontos.
A integração temporal, que possibilita o acesso em até dois ônibus com uma só passagem, será de grande valia para o usuário que depende de duas passagens para chegar ao seu local de trabalho, sua escola ou faculdade.
É nesse ponto que faço a minha sugestão: transformem a Praça de Esportes em um grande e eficiente terminal rodoviário urbano, devidamente cercado e com roletas eletrônicas nas diversas entradas.
Dessa forma o vale transporte Único ou da Integração temporal, como foi denominado, será entregue no terminal, quando o usuário for oriundo do centro, e no ônibus, quando oriundo de outros pontos. Assim, enquanto o usuário permanecer no recinto do terminal poderá “tomar” condução para qualquer itinerário sem a necessidade de outro vale transporte. Esse procedimento, além de desafogar o trânsito em toda área central da cidade, principalmente o da Praça Dr. Carlos, que hoje concentra os principais pontos de coletivos, manterá sob controle o numero de usuários e melhor utilidade ao terreno da Praça de Esportes.
Esse sistema, que não é novidade, já funciona em metrôs, será um grande feito de todos envolvidos e o povo merece. Por que não?
* Contador, escritor e acadêmico de Jornalismo
jarbas.ana@bol.com.br