Jeny Canela Perosso


Pedagoga, funcionária pública municipal


jenycanela@ig.com.br

Feliz com a boa repercussão do artigo intitulado Instituto de Língua Portuguesa. Por quê? e perguntada acerca da possibilidade de o empreendimento tornar-se realidade, sinto-me motivada a persistir na socialização da ideia de criação e oficialização de um Instituto de Língua Portuguesa em nossa cidade. E que viria contribuir enormemente para fortalecer o doce estigma de cidade da arte e da cultura legitimamente sustentado por nossa querida Montes Claros.

O projeto inicial tem o propósito de nascer grande na medida em que tem como objetivo precípuo suprir demandas recorrentes relacionadas ao trato e a aplicabilidade da língua portuguesa tanto no que se refere a fala quanto a escrita em suas natureza e especificidades que legitimam todas as dificuldades que as pessoas, na sua grande maioria conservam, dentre outros aspectos, pela falta de espaços específicos para maior socialização e superação das mesmas.

Nesse sentido, a idéia de criação do Instituto parece-nos procedente na medida em que poderia também instigar nos sistemas de ensino e universidades a necessidade de desenvolverem, na autonomia pedagógica que lhes são devidas, projetos com a intencionalidade maior de contribuir para a incorporação de hábitos mais frequentes de leitura e de escrita. Numa possibilidade concreta de superação de demandas que comprometem práticas e desnudam a língua da sua funcionalidade social de atender as várias situações de uso da mesma. Dessa forma, o Instituto poderia constituir-se também em oportunidades de os aspectos lingüísticos serem mais considerados quanto as funções dos mesmos que podem determinar a leveza e a clareza de textos produzidos com simplicidade para que se garanta a intenção de passar a mensagem desejada, estabelecendo uma interação que garante o objetivo de se fazer compreender, como é princípio básico da escrita. 

Assim, poder-se-ia considerar a pretensão de o Instituto legitimar-se como espaço de discussões e de aprendizagem da nossa língua portuguesa sublinhando como foco principal do mesmo a valorização e o respeito pelas diferenças linguísticas oriundas, dentre outros aspectos, da diversidade cultural do nosso pais. E pela necessidade do respeito igual ao direito de todos apropriarem da dita norma culta, desenvolvendo o discernimento necessário para reconhecer os diferentes contextos de uso da língua com a naturalidade que a literatura e o cotidiano nos têm mostrado. 

Diferentemente dos cursos cujas especificidades são de formar Mestres e Doutores em Língua Portuguesa, o Instituto teria como proposta inicial do seu Projeto Político Pedagógico uma outra dimensão igualmente abrangente, no sentido de contribuir para novos olhares acerca das dificuldades cristalizadas e perpetuadas em torno do ensino e da aprendizagem da língua portuguesa que pode ser melhor cuidada, compreendida e trabalhada na sua beleza e complexidade deliciosamente sedutoras.

A intenção é, portanto, a de mobilizar e atender públicos os mais variados para responder demandas diversificadas em torno de dificuldades inquestionáveis do estudo da língua portuguesa. Priorizando o protagonismo, a flexibilidade e a capacidade de entender as razões pelas quais as pessoas estariam interessadas em prestigiarem o Instituto.  Nesse sentido, ousaria prevê, num futuro bem próximo, a consolidação de um Instituto de Língua Portuguesa, com a excelência e a simplicidade que o estudo da nossa língua merece e exige. E que a idéia possa ser aproveitada para intenções de contribuir para a socialização e superação de demandas recorrentes relacionadas ao ensino e a aprendizagem da nossa bela língua portuguesa.