Governo lança política nacional para deficientes auditivos

Jornal O Norte
01/08/2005 às 16:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:49

Cinara Dreide


Repórter


cinara@onorte.net

Com o desenvolvimento da Medicina e da tecnologia tornou-se possível obter recursos para a melhoria da qualidade de vida e inclusão das pessoas com deficiência. Entre elas, os problemas relacionados à audição. Hoje, por meio de tratamento clínico especializado, ou uso de aparelho auditivo pode-se recuperar a sensibilidade do ouvido ou atenuar a perda da audição. Em Montes Claros são 250 deficientes auditivos, cadastrados na Ademoc - Associação das pessoas portadoras de deficiências.

O MS - ministério da saúde criou a política nacional de atenção à saúde auditiva determinando atendimento integral a esses pacientes com ações que englobam a atenção básica como, por exemplo, trabalhos de promoção da saúde, prevenção e identificação precoce de problemas auditivos, de média e de alta complexidade como triagem em bebês, diagnóstico, tratamento clínico e reabilitação com o fornecimento de aparelho auditivo e terapia fonoaudiológica. Antes da política, os portadores de deficiência auditiva recebiam do SUS - Sistema único de saúde os aparelhos auditivos.

Segundo a fonoaudióloga Danusa Prates, ao se detectar um déficit na audição, em que é indicado o uso de aparelho pelo otorrinolaringologista, é preciso um trabalho específico realizado pelo fonoaudiólogo, para selecionar o equipamento mais adequado.

- Após essa definição e o fornecimento do aparelho, é necessário o acompanhamento periódico para ajustes e verificação dos benefícios do uso e, para alguns casos, a terapia fonoaudiológica é imprescindível  no desenvolvimento da comunicação - relata a fonoaudióloga.




Duzentos e cinqüenta deficientes auditivos estão cadastrados na cidade

NOVA POLÍTICA

Para aderir à nova política, os estados e os municípios devem organizar uma proposta de rede de reabilitação de saúde auditiva, informar os locais onde vão funcionar os serviços, e encaminhar o processo para o ministério.

A proposta deve ser pactuada pela Comissão bipartite - estado e município. Se estiverem de acordo com as normas da política de atenção à saúde auditiva, os  serviços serão habilitados e poderão iniciar o atendimento.

Com relação aos profissionais, a equipe é composta por um otorrinolaringologista, quatro fonoaudiólogos, um assistente social e um psicólogo. Esses profissionais devem ter uma qualificação com especialização em saúde auditiva ou comprovar tempo de serviço na área. Os serviços de média complexidade atendem crianças a partir de três anos, jovens, adultos e idosos.

Para os serviços de alta complexidade, a exigência é maior, pois serão referências no atendimento às crianças de zero a três anos e a pacientes com comprometimentos associados, como aqueles que têm algum problema visual ou neurológico.

A equipe deverá ser formada por dois otorrinolaringologistas, um neurologista ou neuropediatra, um pediatra, seis fonoaudiólogos, um assistente social e um psicólogo.

APARELHOS AUDITIVOS

Praticamente todos os aparelhos que existem no mercado são comprados e fornecidos pelo SUS. O preço varia entre R$ 500 a R$ 2.200.

- Conforme o grau da perda auditiva, há um indicativo específico sobre o tipo de aparelho que deve ser usado pelo paciente - afirma Danusa.

As pessoas com perda de audição devem procurar as secretarias municipais e estaduais de saúde para obter informações sobre os serviços de atenção à saúde auditiva disponível na rede de saúde.

CUIDADOS

Danusa diz que são vários os fatores que podem provocar a deficiência auditiva: os hereditários, os congênitos e os adquiridos.

- A observação dos pais é importante na identificação de perdas auditivas em crianças. Bebês com aproximadamente um ou dois meses de idade assustam-se ou choram quando ouvem sons fortes. A partir dos três ou quatro meses eles buscam a direção dos sons. Com as crianças mais velhas, problemas no desenvolvimento da fala ou troca de letras, desatenção, ausência de resposta para chamados de longe ou  dificuldades na aprendizagem podem ser sinais de uma possível perda de audição. Caso isso ocorra, procure um profissional da área de saúde auditiva - conclui. (Com informações do MS)

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