Falta de apoio cultural - por Ymma Martins

Jornal O Norte
Publicado em 16/05/2008 às 10:42.Atualizado em 15/11/2021 às 07:33.

Ymma Martins



São muitos os pontos que devem ser levantados e discutidos quando se pretende formular uma política cultural no nosso espaço. Onde existem vários talentos no anonimato e não é fácil fazer arte, promover cultura.



É preciso que se parta da conscientização e organização integrais da classe artística, porque cada um fala por si e nunca todos falando por todos ou seus autênticos representantes.



Para evitar inversões é preciso que se movimentem, realmente, todos os artistas ou fazedores culturais das mais diversas áreas, sobretudo o que diz respeito à arte popular, que é o que não tem nenhum tipo de garantia, de apoio financeiro, de cobertura empresarial (grandes empresas), com raríssimas exceções e para poucos gatos pingados.



Pretende-se, futuramente, formular propostas de apoio financeiro à arte e à cultura populares. Estamos tentando formular uma política cultural nos pequenos grupos adjacentes, fazendo do dom da fala um forte aliado aos nossos objetivos, onde cada um estaria participando de debates que, na verdade, soam para poucos eleitos.



A área da educação, que é apenas um segmento de todo o universo cultural, não está querendo manipular todas as discussões, sem conhecimento ou experiência, a vivência da causa cultural.



Uma coisa é cultura, outra são discursos acadêmicos de cultura (acadêmicos ou didáticos), onde a participação de um todo é certeira. São poucos os que têm acesso ao dito espaço cultural.



Questionar é direito constituído; se teremos respostas é outra questão.



Quanto às artes em geral, principalmente, a minha - artes cênicas, artes plásticas - sofre quase uma paralisação aguda. Não tem a menor infra-estrutura, sendo vista só para alguns que querem aparecer, a oferecer aos adeptos as áreas específicas.



Sei que isto deve partir dos artistas da área, mas é necessário a sindicalização dos professores como um todo, para uma maior garantia do exercício livre de trabalho. É preciso, sim, aprimoramento técnico de quase tudo que se refere à arte, mas só se consegue isto através da promoção de cursos de todos os itens de interesse, um a um, ou em conjunto de reuniões freqüentes para discussões da classe, levantando problemas e queixas e elogios de cada representante.



É preciso favorecer um entrosamento dos artistas junto aos órgãos competentes, e que esses órgãos possam ter nos seus quadros pessoas competentes em todas as áreas artístico-culturais, como, dança, teatro, cinema, literatura etc, etc, etc...



Criando-se departamentos para cada segmento, com cada departamento sendo dirigido por pessoas competentes e envolvimento direto em cada um deles. É preciso que disponham de fundo de apoio para as mais diversas produções.



Existem várias formas de leis de incentivo estadual, federal e municipal mas, infelizmente, a maioria dos fazedores de cultura não tem acesso e poucos estão restritos a interesses pessoais. Sendo assim, a maior parte da classe artística não tem acesso devido à falta de uma política cultural para todos. Os mais fracos não têm influência política social para correr atrás e, não tendo representantes, ficam no anonimato, não tendo acesso ao espaço dito cultural.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por