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Quinta-Feira,16 de Janeiro

Extremos de Minas

Jornal O Norte
Publicado em 09/05/2006 às 12:13.Atualizado em 15/11/2021 às 08:35.

José Geraldo Mendonça *



O Estado de Minas de 16 de março traz uma reportagem com o título “Extremos de Minas”, que sita um estudo que a Fundação João Pinheiro acabava de divulgar, intitulado – IMRS. E esse  estudo tem como base o ano de 2004 e procurou contemplar as dimensões de oito áreas: saúde, educação, segurança pública, habitação e meio ambiente, cultura, desportos e lazer, renda e gestão fiscal.



A melhor posição do ranking ficou com Belo Horizonte, que obteve o índice de 0,758. Na outra extremidade está a cidade de São Sebastião do Maranhão, no vale do Rio Doce, com 0,362. E na nossa região foi revelado que em várias cidades o índice ficou abaixo de 0,6. São 418 cidades nessa faixa em todo o estado. Sendo que no Norte de Minas a pior colocada é Ibiracatu, que ficou em penúltimo lugar no Estado.



- E por isso o comércio cresceu e está afetando de forma positiva o desenvolvimento desse município



Ibiracatu, com quase 7.000 habitantes ficou com 0,364, sendo que apenas 18,8 % dos moradores vivem em casa com água tratada e encanada. E na zona rural além da falta de rede de esgoto, a população consumia água sem nenhum tipo de tratamento. E a base da economia praticamente provém da transferência de renda das aposentadorias, pensões e agora do Bolsa Família, que atende atualmente 725 unidades familiares. E por isso o comércio cresceu e está afetando de forma positiva o desenvolvimento desse município, citado na relação dos 418. Dentre os  municípios de nossa região citados na Pesquisa da Fundação João Pinheiro estão Pai Pedro, Padre Carvalho e Gameleira, que foram emancipados de outros municípios ainda nos anos 90.



Esse estudo denuncia a falta de sintonia administrativa entre os governos municipais, estadual e Federal. Aqueles programas dos governos estadual e Federal, que os governos municipais são encarregados de suas implantações nos municípios foram prejudicados, porque os prefeitos são sempre omissos. E isto tem que acabar porque agora a Fundação João Pinheiro irá publicar esta pesquisa nos jornais, esse índices do estudo Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), de 2 em 2 anos e os moradores desses municípios vão cobrar mais de seus administradores. E os nossos políticos terão que se adequar à nova realidade. Com isto os três poderes: municipal, estadual  e Federal, terão que trabalhar em sintonia e aqueles prefeitos que não aprenderem a lição vão ser avaliados pelo estudo Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) e terão as suas notas mostradas nos jornais. Pois esse estudo irá avaliar tanto a vida dos moradores das sedes dos municípios como daqueles que vivem na zona rural.



- São novidades que irão trazer uma nova realidade para a vida rural



Além desse estudo, um outro que é realizado de 10 em 10 anos, Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, que avalia três áreas: a taxa de analfabetismo de adultos e o acesso da escola por nível de ensino, renda e infra estrutura, etc. Os municípios agora terão que ter implantado a chamada escola Núcleo para os alunos da zona rural.



E agora vem uma nova novidade, e professora formada em pedagogia rural. São novidades que irão trazer uma nova realidade para a vida rural. A meta dos atuais governos é que os alunos das escolas rurais fiquem em igualdade de condições com os alunos das escolas do município, na hora de enfrentar uma prova de vestibular. Mais o mais importante, a meta será preparar os alunos das escolas rurais, com cursos profissionalizantes, voltados para a produção de alimentos na zona rural. O dia que esses novos melhoramentos da educação rural estiverem implantados, muita coisa irá mudar nesse país. A educação é sem dúvida nenhuma, a mola mestra do progresso. Esse país só vai desenvolver depois que os nossos governantes enxergarem que só a educação será capaz de mudar nossa realidade. Esse dia, que espero não demorar chegar, vai acabar com a migração das pessoas que vivem no campo. Por conseguinte irá diminuir sobremaneira a violência de nossas cidades.



Porque é o homem do campo que migra para as periferias das nossas grandes cidades que fazem crescer essa violência.



Como eles são despreparados para viverem nas cidades porque não têm qualificação profissional, ficam perambulando pelas ruas a procura de serviços. Os mais fracos acabam enterrando na bebida e vão parar na criminalidade, amparados por um traficante.



Temos que ter competência para criarmos condições de manter os rurícolas lá no campo onde eles nasceram, têm nome de família,  tradições e são gente de bem. Aqui na periferia  eles vão perder tudo: nome, dignidade e honradez.



Os prefeitos e seus assessores diretos, principalmente, secretários de ação social, agricultura e educação, terão que procurar implantar na zona rural, todos os programas dos Governos Estaduais e Federal, criados para levar melhoria de vida para os rurícolas. Eu tenho cobrado muito em todos os meus artigos, e mostrado esses programas para os nossos Srs. Secretários Municipais.



Outro dia eu fui repreendido por um deles. Mais não importo. Vou continuar cobrando.



Porque esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética, com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.



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