Alberto Sena
Coincidência ou não, é no mínimo interessante o fato de o prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite sugerir como símbolo da nossa região o maxixe assim como o pequi o é desde muito tempo. Ele acompanha a campanha ‘Vamos Maxixar’ e teceu comentário no blog ‘Minas Livre’ dando a ideia, que, convenhamos, é boa.
Digo coincidência porque, no segundo mandato de Tadeu Leite, ainda como repórter do jornal Estado de Minas, fiz uma série de reportagens em defesa do pequizeiro, e sugeri ao prefeito realizar a Festa (Nacional) do Pequi, nos moldes de outras regiões que realizam festivais da uva, do milho, do vinho, da jabuticaba e do que mais identifica o lugar. No caso de Montes Claros, que não produz pequi, é justamente esse fruto, esteio do Cerrado, que identifica a nossa região.
Um belo dia da década de 1990, o prefeito Tadeu Leite telefonou para dizer que estava acatando a sugestão e realizaria a ‘I Festa (Nacional) do Pequi’. E de lá para cá, todos os anos é realizada e os montes-clarenses roedores empedernidos e contumazes esperam que seja realizada sempre. Vivemos a versão XX da festa, um marco legal!
Acredito: o que acabei de revelar não está registrado em nenhum livro de história da cidade, mas Luiz Tadeu Leite é prefeito pela terceira vez e quem quiser pode pedir o testemunho dele para corroborar a afirmativa feita daqui dos píncaros deste maxixal.
Além disto, o prefeito como autoridade maior do Município, tem plenos poderes para instituir também a ‘Festa Nacional do Maxixe (e Maxixes)’, com o fito de valorizar a hortaliça e resgatar a dança que, como já repetido aqui, foi condenada sumariamente. Nem respeitaram o direito de a pobre se defender nem tampouco de existir.
Juntos, vamos imaginar o quanto seria bom se Montes Claros tivesse uma vez por ano uma festa do maxixe (e maxixes). Poderia chamar a atenção do Brasil inteiro, o que seria bom para a cidade tanto quanto para o maxixe e maxixes.
No caso da hortaliça, a parte de baixo do Brasil passaria a conhecer e consumir esse fruto que é bom pra chuchu, porque parente do pepino, uma solução para cabelos e unhas fracos devido conter zinco e outras cositas mas como já foi falado.
No caso da dança, imaginem o quanto seria gostoso resgatar o ritmo que mexe, remexe e provoca remelexo nas cadeiras das moças e dos moços e isto poderia atrair para a cidade artistas e apreciadores de todo o País. De repente, um dos artistas da terra pode ter a felicidade de compor uma música no ritmo e a coisa pega feito goma arábica – os árabes inventaram a goma arábica e num colou?
Se for levado em conta que os montes claros precisam chamar a atenção das autoridades para os seus problemas socioeconômicos, que vêm fazendo a cidade inchar como vítima de edema, maxixe e maxixes poderiam ser boa estratégia política para gritar bem alto ao governo do Estado, ao governo do Planalto Central e ao mundo inteiro que o município existe, e se chama Montes Claros, e quer ser visto e reconhecido na hora da partilha das verbas públicas e tudo mais que significar melhoria da qualidade de vida da população.
Como maxixe e maxixes são democráticos, podem muito bem servir, a partir de agora, como ferramentas de pressão política para exigir a atenção dos governos às questões, como: respeito ao meio ambiente, saneamento básico, estações de tratamento de esgoto, saúde pública, educação, alimento de qualidade e barato, emprego e moradia dignos para esse percentual da população carente, mas valente, que pulula na periferia da cidade.
Sem querer ensinar o ‘Pai Nosso ao vigário’, mas orando junto com o prefeito a oração que Jesus Cristo nos ensinou, tomo a liberdade de recomendar a ele autorizar a assessoria direta da Prefeitura a tomar as iniciativas preliminares para a instituição da ‘Festa Nacional do Maxixe (e Maxixes)’ para o bem do esqueleto e a alegria da alma de quem gosta ou não da hortaliça. Quem gosta consome maxixe e dança. Quem não gosta, dança.
Desse modo, maxixe e maxixes estão nas mãos do prefeito Luiz Tadeu Leite. Quem deu ao pequi o que é do pequi, pode muito bem dar ao maxixe o mesmo tratamento. Pequi com maxixe é prato delicioso! Levanta o moral de qualquer um.
Assim sendo, fica a frase do dia: maxixemos enquanto se pode maxixar.
(Dois tempos: um para Murilo Antunes, que enviou: ‘Maxixar, maxixemos /se não quiser /nós queremos /quem maxixa amigo é’; e o outro para João Hamilton Trindade: ‘Maxixe merece república; maxixeiro diferencia; é cara de posição. Das muitas receitas das donzelas casadouras. Haja maxixe! Parabéns!’).