José Renato Oliveira

O pessoal anda reclamando que o temo passa, comemora eras e séculos, com terremotos, tsunamis, e continua jovem, poderoso e imbatível. E nós, pobres mortais, a cada minuto que se vai, crescem em cada um as rugas e pelancas e param de crescer outras coisas importantes para o orgulho do homem.

Os reclamões de plantão não concordam com essa discrepância milenar e sugerem uma revisão no tratado assinado anteriormente, no início da criação. Aqueles eram outros tempos, quer dizer, o mesmo tempo que aí está, e é este fato que vem deixando a turma braba com este paradoxo.

Eles estão aceitando qualquer acréscimo na duração de cada um. Qualquer merreca na prorrogação da vida. Querem, talvez, depende de negociação, uns duzentos aninhos de bônus com corpo saudável dos 30 anos.

Nem tão idiotas como os jovens, nem tão bestas como os velhos que ficam todo entusiasmados quando dizem que estão numa melhor idade. É o caso, quem não tem boa idade caça com Viagra, para ficar momentaneamente numa feliz idade.

Ao tomar conhecimento deste apelo da galera, de viver seus duzentinhos a mais, lembrei-me de tornar lembrado, como diz um amigo meu, alguns de nossos companheiros que ainda lutam pela vida de olho numa possível retificação das normas de longevidade, segundo os interessados, em tramitação no escalão maior lá de cima.

Lá de Ubaí trazemos o nome de um grande líder daquela região, amigo meu e de Reginauro Silva. É o Henrique Braga, um desbravador que esculpiu e ergueu sua querida Ubaí sobre as rochas que formam o solo daquela cidade.

Do Riachão, terra de Zé Coco, temos o Gema Fonseca, artista plástico, hoje todo lampeiro na Itália, mais precisamente nas praças de Roma, pintando o 7 e o mundo com as cores do nosso cerrado em época de chuva.

Temos ainda o Eduardo Brasil que, depois de brilhar no Triângulo Mineiro e em BH, não suportou a saudade de ficar apenas espiando a terra do pequi daquela lonjura toda, e veio abancar aqui de novo, porque lugar de amigo é perto dos amigos.

Para completar, quero agradecer ao Dr. Gilson Miguel, pelas palavras elogiosas dirigidas a este escriba, e dizer para ele que quem consta da lista daqueles que fazem do tempo humano uma eternidade de vida é merecedor de todas as homenagens.