Em defesa dos direitos básicos da cidadania

Jornal O Norte
28/08/2008 às 10:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:42

Dora Sílvia Cunha Bueno


Presidente da Cebraf - Confederação Brasileira de Fundações


 


Interessante estudo realizado pelo IBGE demonstra que, em 2005, havia 338 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos registradas no Brasil. Essas organizações empregavam 1,7 milhão de pessoas, com salários médios mensais de R$ 1.094,44. O tempo médio de existência dessas instituições era de 12,3 anos e o Sudeste abrigava 42,4% delas. Essas instituições são, em geral, de pequeno porte, mas, somadas, realizam consistente e grande trabalho.

O relatório, produzido em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (ABONG) e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), também demonstra o importante escopo da atuação dessas organizações do Terceiro Setor, que prestam inestimáveis serviços à Nação, nas áreas da educação, saúde, promoção social, iniciação profissional, defesa dos direitos dos cidadãos, cultura, arte e lazer.

Esses números evidenciam ser absolutamente possível a mobilização articulada da sociedade visando ao bem comum, à melhoria da qualidade de vida e ao desenvolvimento. Tal postura é crucial para se cumprir um pressuposto básico da democracia: a igualdade de oportunidades. É nesse contexto que realizamos, em 13 de setembro, o 4º Encontro Paulista de Fundações”, no Colégio Rio Branco, em São Paulo. Promovido pela Associação Paulista de Fundações (APF), o evento tem como tema “A transparência e sucesso das fundações”.

A rigor, devemos entender a transparência como fator condicionante ao sucesso dessas organizações em sua meta de contribuir para o desenvolvimento brasileiro. Os resultados de seu trabalho também devem ser visíveis, de modo a demonstrar que a melhoria do quadro social brasileiro, apontada por respeitados organismos internacionais, não é fruto apenas dos programas do governo, mas também da mobilização e responsabilidade do Terceiro Setor.

Com certeza, o exercício da responsabilidade social contribui muito para a inclusão de milhares de brasileiros nos benefícios da economia e nas prerrogativas da cidadania. Nesse sentido, eventos como o Encontro Paulista de Fundações contribuem para que essas organizações troquem experiências e aperfeiçoem seu trabalho. Além disso, têm efeito multiplicador, à medida que difundem mais amplamente modelos bem-sucedidos de projetos e programas sociais e disseminam a consciência de que vale muito a pena trabalhar pelo bem comum.

As fundações cumprem, portanto, expressivo papel, contribuindo para mitigar a exclusão. Trata-se de trabalho indispensável, não só no Brasil, como em todo o mundo, considerando que o Estado não tem capacidade de equacionar sozinho todas as demandas inerentes à dívida social. Assim, a mobilização da iniciativa privada é imprescindível, principalmente nas nações em desenvolvimento e nos países emergentes, nos quais ainda persistem sérios gargalos no atendimento aos direitos básicos de todos os cidadãos.

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