Ela e ele

Jornal O Norte
Publicado em 09/10/2009 às 10:12.Atualizado em 15/11/2021 às 07:13.

Dom José Alberto Moura, CSS



Hoje se fala muito de gênero e de discriminação da mulher, buscando-se para ela a igualdade e a justiça. De fato, o homem não é superior, mesmo tendo meios físicos e materiais de domínio. O que eleva à condição de superioridade é justamente a atitude de serviço e bem prestado ao outro, independentemente de questão de gênero. O próprio Jesus fez isso e no-lo ensinou. O maior é quem mais serve. Isto se aplica a tudo e a todos. Na relação entre homem e mulher encantam as pessoas que realmente se amam, com mútuo apoio no casamento. Um se torna para o outro verdadeiro complemento e estímulo para a sua realização humana. Ninguém tem medo de perder de si para o outro se fazer e crescer. Ambos são exemplos para os filhos, familiares e amigos na postura de equilíbrio e entendimento, apesar das diferenças de caracteres. Aliás, essas diferenças são usadas para ajuda no que falta ao outro.



O contexto bíblico apresenta a realidade das diferentes épocas e culturas, mesmo tendo estas, por vezes, algumas posturas de sobrepujança do homem sobre a mulher. Mas no começo tudo foi bem delineado pelo Criador, mesmo na linguagem apresentadora das culturas vigentes. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança. Tanto um como outro são iguais diante de Deus. São a mesma carne e a mesma semelhança (Cf. Gênesis 2, 23). Sua igualdade de natureza e importância não significa igualdade de funções. Cada qual tem diferenças de funções, justamente para a mútua ajuda. Aliás, até um mesmo gênero também tem diferente personalidade, talento e característica. A pluralidade ajuda a composição social quando encaminhada na harmonia.



Na Bíblia temos que saber distinguir os diferentes gêneros literários, culturas e circunstâncias. Tudo foi usado para a revelação de Deus à humanidade, com o conteúdo da verdade religiosa apresentado à maneira diferenciada das pessoas. Temos que saber o absoluto da verdade e a relatividade da linguagem. No tocante ao ser humano, homem e mulher, há a verdade de que ambos são iguais em dignidade e imagem do Criador. Por isso, o rebaixamento de um não aumenta a importância do outro. Ao contrário! Quando a mulher é diminuída pelo homem, sendo por ele maltratada, o homem se torna pequeno moralmente diante de Deus e de quem conhece e assume a altivez moral como valor maior. Por isso, na sociedade ainda discriminadora da mulher, precisamos cada vez mais intensamente de promovermos o valor da dignidade da pessoa humana, em que todos valorizem cada um.



O próprio matrimônio tem sido rebaixado e desvalorizado pela depreciação da autêntica vocação para o amor. Nela se respeita a comunhão de vida conjugal como sagrado santuário que reflete a presença santificadora de Deus no amor humano para a doação de vida de um a outro e aos filhos. Deus tanto ama o matrimônio que veio assumir a vida humana em um lar com característica de amor ideal, sedimentado em um projeto divino. O filho se irmanou a nós e nos trata como irmãos e irmãs. Entrou em nossa descendência para nos merecer a herança divina. (Cf. Hebreus 2, 11).

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