Drogas, sai fora! - II - Semana municipal de combate e prevenção às drogas de 24 a 31 de março

Jornal O Norte
Publicado em 31/03/2008 às 10:54.Atualizado em 15/11/2021 às 07:29.

Haroldo Tourinho Filho


Colaboração para O NORTE


hatour@bol.com.br



Dependência: porta aberta para Aids, DSTs e hepatite segundo pesquisa do Cebrid, no Brasil as drogas injetáveis são mais consumidas em grupo e os dependentes compartilham as seringas em 70% das aplicações. Some-se a isso a redução do uso de camisinhas e tem-se a razão da epidemia de Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) entre dependentes químicos. A Aids é transmitida ainda na gestação, parto ou amamentação, não tem cura e pode levar à morte, especialmente se o tratamento não for seguido à risca. Já as hepatites B e C são muito mais fáceis de pegar. Além do sangue contaminado e das relações sexuais, são transmitidas pelos canudosutilizados para a inalação de drogas, e até pelas rachaduras nos lábios de quem usa crack, comprometendo o funcionamento do fígado, órgão vital do corpo. Os postos de saúde vacinam gratuitamente os jovens de até 20 anos contra a hepatite B.



Substâncias ilícitas convertem o esporte em risco à saúde e à vida.



Os adolescentes estão ainda expostos às drogas usadas para melhorar o desempenho esportivo ou para adquirir músculos. Essas substâncias, apesar de ilícitas, são cada vez mais comuns em  academias e centros esportivos e, além de comprometer a saúde, não raro levam à morte. Os anabolizantes, por exemplo, aumentam o tamanho, a força, a potência dos músculos e a tolerância ao exercício. São os preferidos dos halterofilistas, lutadores de artes marciais e dos jovens que querem ter um corpo mais musculoso. Por sua vez, os estimulantes, como as anfetaminas, a efedrina e a cafeína, aumentam a tolerância ao esforço físico e à dor, e são normalmente usado por jogadores de basquete, vôlei, futebol e por ciclistas. Já a eritropoetina é a droga mais utilizada por ciclistas, triatletas e maratonistas, porque aumenta a resistência do atleta.



O que os jovens procuram: Por que os adolescentes usam drogas?



> para parecer adulto (a droga é vista como símbolo de maturidade);



> para fugir ao domínio dos pais (a droga é vista como facilitadora do  processo);



> para ser aceito pelo seu grupo de amigos;



> para fugir ao estresse;



> para rebelar-se contra o sistema em que vive;



> para aumentar sua capacidade de aprender.



Se o adolescente continua a usar a droga depois de experimentá-la, é sinal de problemas graves, como a depressão, por exemplo.



Como saber se um adolescente usa drogas?



Alterações repentinas de comportamento, agressividade, irritabilidade e queda no rendimento escolar são os primeiros sinais. Também pode ser sintoma a ocorrência de:



> acidentes freqüentes;



> doenças maldefinidas, com tosse, rinite e falta de ar;



> dores abdominais e náuseas;



> mudança no sono e apetite, levando ao emagracimento;



> mudança no grupo de amigos;



> opiniões extremas quando o assunto é drogas;



> cultura do uso de drogas (camisetas, adesivos, músicas);



> aumento do tempo recluso dentro do próprio quarto, e



> desaparecimento de objetos pessoais e da casa.



Além de estar atento a essas mudanças, a melhor maneira de se descobrir se um adolescente está usando drogas ainda é uma conversa franca sobre o assunto, com tato, bom senso e tranqüilidade. Isso pode ser suficiente para alertar e afastar o perigo das drogas. No entanto, acompanhamento especializado e até uma internação podem ser necessários em situações de maior gravidade.



Quais as conseqüências para o adolescente?



As mudanças são mais evidentes nos meninos, que costumam se envolver em problemas com a polícia, ter baixo desempenho ou até abandonar a escola. Já a depressão é mais freqüente nas meninas. É comum também o envolvimento em furtos, roubos, tráfico de drogas ou prostituição como meio de obter dinheiro para comprar drogas. Nos usuários crônicos de maconha há perda do interesse pelas atividades normais da idade.



O tratamento do adolescente é diferente?



Ao contrário dos adultos, que já teriam desenvolvido seus papéis na sociedade, os adolescentes frequentemente encontram maior dificuldade para ficar sem a droga porque não conseguem, e muitas vezes não sabem, por falta de referência anterior, preencher seu tempo com atividades sem relação com as drogas. Por outro lado, o adolescente e o pré-adolescente sabem que não podem voltar ao comportamento anterior, no qual correriam o risco de usar novamente essas substâncias. O tratamento exige, portanto, que o adolescente reconstrua sua identidade, e a maior dificuldade é que essa identidade é completamente nova, não pode ser relembrada, porque não existia de forma completa. Deve ser construída. Não se trata de reabilitação, mas, sim, de habilitação, na qual, independentemente do tipo de tratamento, a participação da família é essencial. Outra peculiaridade é que o adolescente não tem consciência plena dos problemas físicos ou psicológicos que as drogas podem causar.



Drogas? Saia fora!



Problemas com drogas? Só você pode responder.



1. Já tentou parar de usar por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?



2. Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazer com que você pare de usar?



3. Você já usou drogas para rebater o efeito de outra?



4. Você evita pessoas ou lugares que não aprovam o seu consumo de drogas?



5. Inveja as pessoas que podem usar drogas sem criar problemas?



6. Você já pensou que não conseguirá se adequar ou se divertir sem drogas?



7. A droga já criou problemas no seu lar?



8. Nas reuniões sociais onde as bebidas (álcool também é droga) são limitadas, você tenta conseguir doses extras?



9. Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que usa quando quer e para quando quiser?



10. Faltou ao serviço, durante os últimos meses, por causa da droga?



11. Já passou alguma vez pela experiência de uma “overdose” durante o uso de droga?



12. A idéia de ficar sem drogas o assusta?



Contagem de pontos



Respondeu SIM quatro vezes ou mais? Em caso positivo, é provável que você tenha um problema sério com drogas, ou poderá tê-lo no futuro. Por que dizemos isto? Somente porque a experiência de milhares de pessoas recuperadas nos ensinou algumas verdades básicas a respeito dos sintomas da dependência - e de nós mesmos. Você é a única pessoa que poderá dizer, com certeza, se deve ou não procurar assistência especializada para largar a droga. Se ainda não puder admitir que você tem um problema, não faz mal. Apenas sugerimos a você que encare a questão sempre com mente aberta. Se algum dia precisar de apoio, procure uma entidade ligada ao assunto. Ela estará sempre disposta a lhe ajudar e não tem fins lucrativos. Há somente um requisito que essas entidades exigem: o seu desejo sincero de parar de usar drogas. Não existem restrições sociais, religiosas, econômicas, raciais, étnicas, de nacionalidade, gênero ou status social.



”Se você quer usar drogas o problema é seu. Se quer parar de usá-las podemos lhe ajudar.”



REDES DE ASSISTÊNCIA AOS DEPENDENTES E FAMILIARES:



1. Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid) Acesse > http://www.obid.senad.gov.br/ Acesso aos Conselhos Estaduais Antidrogas e à Rede do SUS, clicando no caminho Nossos Portais/Mundo Jovem/Recursos Comunitários ou direto no endereço: OBID/Portal/conteudo.jsp?IdpJ=4192&IdeC= 5249 2. AA - Alcoólicos Anônimos. Escritório de Serviços Locais de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais. (0XX) 31- 3224.7744 - Chamada tarifada. Comitê de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais. (0XX) 31- 3224.7661 - Chamada tarifada. AL - ANOL/ALATEEN Atendimento para familiares e amigos de alcoólicos. De 13:00 às 17:00, de segundas às sextas-feiras, em Belo Horizonte. (0XX) 31- 3222.4425 - Chamada tarifada.



3. Abraço. Centro de orientação aos usuários de drogas. Atendimento em Belo Horizonte, de segundas às sextas-feiras, de 08:00 às 18:00 (0XX) 31- 3225.2700 - Chamada tarifada.



4. CREDEC. Centro de Recuperação de Dependência Química. Atendimento de segundas às sextas-feiras, de 14:00 às 18:00 (0XX) 31-3442.4367/31-3422.9231 Chamada tarifada. Disque Pare de Fumar: 0800-7037033 - Chamada gratuita.



5.Centro de Valorização da Vida (CVV) Atendimento para pessoas em crise emocional ou momentaneamente desorientadas. Atendimento em Belo Horizonte. Plantão 24hs. (0XX) 31-3334.4111/1818 - Chamada tarifada.



6. Comedores Compulsivos Anônimos - CAA - Auxílio a quem deseja parar de comer compulsivamente (31) 3213.2052 - Chamada tarifada. Atendimento em Belo Horizonte. Em Montes Claros >



1.Comunidade Terapêutica Esquadrão da Vida - Rua Senador Teotônio Vilela, 44 - Vila Regina (38) 3222-8656



2. Associação Nova Vida - Praça Cel. Ribeiro, 110 -Centro -(38) 32222181



3.Associação Javé Ness - Av. Neco Delfino, 303 - Delfino Magalhães



4. Acoólicos Anônimos - Rua Odilon Macaúbas, 56 - Centro



HEMOMINAS - Hemocentro Regional de Montes Claros - Rua Urbino Viana, 640 - Tels.: (38) 3212.6777 /6672 - Banco de sangue - Exames laboratoriais (Aids, inclusive).



Camisinhas - Distribuição gratuita: Unidades do PSF (Plano de Saúde da Família) e GRAPPA - Grupo de Apoio a Prevenção e aos Portadores de AIDS - Rua Dona Eva, 4 - Centro - Tels.: (38) 3212.0600 - 3221.8166 e 3222.9433



Disque Saúde: 0800- 61 1977 - Chamada Gratuita.



Drogas? Tô fora!

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