Doação de livros - por Luiz Carlos Amorim

Jornal O Norte
11/01/2008 às 10:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:22

Luiz Carlos Amorim *

Escrevi, já, sobre iniciativas interessantes para se conseguir acervo e iniciar uma biblioteca em uma entidade, associação, escola, bairro, comunidade. Uma delas era uma campanha de um grande supermercado pedindo doação de livros para criar uma biblioteca numa pequena escola de interior. O retorno foi bom, uma boa quantidade de bons livros – principalmente infanto-juvenis – foi arrecadada, uma nova biblioteca foi formada e muitos pequenos estudantes foram beneficiados. Estudantes que estão a uma grande distância de uma biblioteca municipal ou estadual – o que significa custo de passagens de ônibus para chegar até lá – e também não têm acesso à internet.

Eis que, na semana passada, participei de uma gincana no trabalho, para confraternização e comemoração do aniversário da empresa. E sabem qual era uma das tarefas? Além do leite em pó ou em pacote, para doação a comunidades carentes, marcava ponto quem trouxesse mais livros em bom estado ou novos, com bom conteúdo para constituir uma biblioteca em uma entidade de assistência à crianças carentes e escolas de primeiro grau mais distantes.

Fiquei feliz pela iniciativa e pela participação: centenas de livros – no geral bons livros, uma boa maioria deles livros infantis e infanto-juvenis, mas também romance, poesia, crônica, didáticos, auto-ajuda, técnicos. Fiquei surpreso com a qualidade e quantidade das obras.

É impressionante constar-se o fato de que guardamos, em nossas casas, muitos livros que já lemos, e que ficam lá, indefinidamente, enfileirados em estantes, sem que ninguém os abra. Então, quando há uma oportunidade,  não é agradável dar sobrevida a uma coisa que estava morta, abandonada? Pois um livro numa biblioteca pode ser lido por inúmeros leitores, pode ser consultado por um número de pessoas que não podemos precisar.

De maneira que às boas idéias que já fiz desfilar por essas mal traçadas linhas, para se criar ou renovar uma biblioteca, soma-se essa, que não é nova nem original, mas é ótima para incentivar as pessoas a fazerem um expurgo em suas estantes e ver o que pode levar descobertas, o mundo da imaginação, arte, cultura e conhecimento para outras tantas pessoas.

E já que estamos falando em livros e leitura, aproveito para falar de outro projeto que também pode não ser novo, em outras plagas – sei que no Amazonas ele existe parecido – mas que está fazendo efeito por aqui. Leio em “Leitores & Livros”  que aqui, bem pertinho, na Ilha de Santa Catarina, na nossa Florianópolis, existe a biblioteca itinerante Barca dos Livros, “idealizada para ir ao encontro dos leitores de todas as idades, oferecendo três mil livros,  com ênfase no público infanto-juvenil, nas comunidades às margens da Lagoa da Conceição”.

Não é fantástico? Se as pessoas não podem ir ao livro, o livro vai até as pessoas. Como o próprio artigo do jornal diz, nossa capital tem só uma biblioteca pública municipal, no continente e outra estadual, na ilha. De maneira que, se as escolas do interior não tiverem as suas bibliotecas, é difícil para os alunos se deslocarem até o centro para emprestar um livro.

E a Barca dos Livros ainda tem contadores de histórias, presença de escritores e exposições.

Existe também o projeto Troque Lixo Por Lixo, em Blumenau, outra espetacular iniciativa que arrecada material reciclável e entrega a escolas, que os vende. Os valores arrecadados são usados na compra de livros para as bibliotecas das escolas. O projeto é responsável, também, pela divulgação de autores locais.

É uma coisa inimaginável, transformar lixo em livros, mas é o está sendo feito. Quantas outras idéias espetaculares como estas estão sendo colocadas em prática para colocar livros na mão de leitores e estudantes?

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