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Terça-Feira,13 de Maio

Ditinho, o nome do Funorte - por Adilson Cardoso

Jornal O Norte
Publicado em 06/11/2007 às 11:20.Atualizado em 15/11/2021 às 08:22.

Adilson Cardoso *



Como sempre, o campo estava lotado. A torcida, que vislumbra a volta do futebol de Montes Claros ao cenário desportivo estadual, contribuiu. Às dez horas da manhã já se sentia, em todas as direções da precária estrutura do José Maria Melo, um calor irradiante daquela da paixão que se misturava ao sol frontal.



O FEC entrou em campo com sua formação ideal. Trazendo a garra em pessoa seguidamente aplaudida, o número 4, Xerifão Silmar, e na frente o atacante Ditinho, incansável, esbanjando vontade, que faltou no jogador que deveria ser o foco da habilidade e da organização do time, Rincon, o número 10, que obrigou a torcida  a perder a paciência ainda no início da partida, com sua falta de criatividade e, dentro da linguagem do boleiro, correndo errado. Mas não sou cronista esportivo, e passo essa bola para Heberth Halley, que o faz com conhecimento de causa.






(foto: MANOEL FREITAS)



O que quero mostrar com esta introdução é meu pesar com essa perda anunciada. O montes-clarense havia se acostumado a essa diversão nas tardes de sábado ou nas manhãs de domingo, como o último, e já havia um clima de integração, uma perspectiva de uma futura melhoria no comércio formal, conforme os passos mais evolutivos da equipe.



Trabalhadores em serviços informais que, às vezes desempregados, usam o evento para vender suas coisas e pagar uma conta de luz, de água ou o aluguel a vencer... Tive a curiosidade de perguntar a um ambulante que estava em todos os jogos, sobre a atuação do seu filho, ajudando na venda de salgados, e que aparenta ter menos de 7 anos. Ele me respondeu que estava desempregado há três meses e usava o dinheiro do seguro desemprego para comprar essas coisas e revender no campo. E o que o filho vendia era para material escolar, já que não se cadastrou no bolsa-escola.



O médico Geraldo Edson, sempre presente, saiu mais cedo, quando ouviu que os dois times interessados na vaga do Formigão estavam ganhando, mesmo este sendo vitorioso àquela altura, por 1x0.



Com seu travesseiro característico para o repouso nos últimos degraus das arquibancadas e seu boné, Zeca Guedes reclamava do guarda-sol de um torcedor que resolvera levá-lo para proteger o filho do sol, mas que tirava a liberdade de enxergar de quem estava próximo.



Nesse domingo Adriana Queiroz não passou com seus óculos escuros rumo à torcida organizada. Ricardo Maciel trouxe Andrezinho e, com raiva dos outros resultados, tomou muitos copos de cerveja, vendida por Lula, que não é o presidente da República, mas tentou ficar bem com todo mundo, da água mineral ao refrigerante, principalmente a cerveja, vestido com uma camisa da Internazionale.



O professor Everaldo Ramos passou da mesma forma de sempre, com sua bermuda sem cinto e camisa jogada ao ombro. Foi a última partida, agora o ostracismo característico dos finais de semana deve entrar em cena. Montes Claros recomeçará seu recesso forçado.



Em nome de todos os torcedores, obrigado ao goleiro Everaldo, ao zagueiro Silmar, ao meia Robert Guerreiro, a Tiago Pitbull, que ainda nos dará muita alegria, como Rômulo, que faltou ter mais chances. E, em especial, àquele que veio para ser o nome e foi além, fez gols e defendeu, atacou e marcou, sempre com a serenidade de um vencedor e o carisma de herói. Que aquele grito preso na fantasia do povo não acabe com esse sonho, graças a atletas como você. Ditinho, o povo de Montes Claros te saúda/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"right">* Aprendiz de escritor

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