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Sexta-Feira,20 de Setembro

Deficientes visuais encontram dificuldades para andarem nas ruas da cidade

Jornal O Norte
18/08/2005 às 18:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:50




Cinara Dreide


Repórter


dreide@onorte.net






Em Montes Claros, muitas são as dificuldades encontradas pelos deficientes visuais ao andarem nas ruas da cidade. Para melhorar as condições destes deficientes, seria preciso a utilização de um sinal sonoro, a permissão para cães guias entrarem em locais públicos, dentre outros.




Mas o preconceito não é o único problema. Placas, orelhões, cadeiras e bicicletas nas calçadas, poste de luz, capa cegos e calçadas defeituosas são comuns em todas as cidades, se transformam em desafios difíceis de serem superados por quem não consegue enxergar.




Segundo o coordenador municipal de Educação Inclusiva, Sinvaldo Ribeiro Santos, os orelhões são um terror. Mesmo usando a bengala, dificilmente é possível escapar de um acidente. Só não bate neles, segundo ele, se tiver usando um cão guia.




De acordo com dados da OMS - Organização mundial da saúde, o Brasil possui hoje mais de 700 mil cegos. Em Moc não há dados disponíveis da quantidade de deficientes visuais, pessoas que lutam para romper barreiras e enfrentam diariamente o preconceito da sociedade e, muitas vezes, a rejeição da própria família.




TELEVISÃO




O drama e as dificuldades dos deficientes visuais no país acabaram ganhando destaque no horário nobre com a novela América. Nela, dois cegos mostram as dificuldades enfrentadas por quem não enxerga, mas também deixam claro que, apesar da limitação da visão, é possível superar a deficiência e viver com dignidade.




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Hoje se fala muito em inclusão. É uma palavra bonita, mas que não é colocada em prática. As pessoas continuam tratando o deficiente de forma diferente, não importa o quanto ele seja capacitado – diz Sinvaldo, que é deficiente visual.




Ainda segundo ele, além da visão, o ser humano também pode ver através do olfato, do tato, da audição e da fala.




LEI





A lei nº 11.126/2005 dá direito aos deficientes visuais de ingressar e permanecer nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo acompanhados de cão-guia.




Essa lei foi publicada no Diário oficial da União. No que se refere ao sistema de transportes, a norma aplica-se a todas as modalidades interestadual e internacional com origem no território brasileiro.


A partir de agora, qualquer tentativa de impedir ou dificultar esse direito constitui ato de discriminação, a ser apenado com interdição e multa, diz a lei. Além das pessoas cegas, o direito também está assegurado às pessoas com baixa visão.




De acordo com a lei serão objeto de regulamento os requisitos mínimos para identificação do cão-guia, a forma de comprovação de treinamento do usuário, o valor da multa e o tempo de interdição impostos à empresa de transporte ou ao estabelecimento público ou privado responsável pela discriminação.




CÃO GUIA





Conseguir um cão-guia, no entanto, não é tão simples. Só para se ter uma idéia das dificuldades, existem no Brasil apenas 16 animais, oito deles em Santa Catarina. A dificuldade não é conseguir o cão porque ele é doado. A dificuldade é que, para pegar o animal, o cego precisa se deslocar até onde os cães são treinados para fazer uma adaptação e esta viagem precisa ser paga do próprio bolso.




Para facilitar um pouco mais o processo, a Advisul - Associação de deficientes visuais do Sul tem auxiliado os interessados a encaminhar todo o processo de solicitação de um cão guia. Quem tiver interesse em buscar mais informações, pode entrar no site www.caoguia.integradf.org.br.





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