Thaíse Diaz
Capricho no perfume pra chamar sua atenção
Disseram que sem perfume a pele fica muda
Tento gritar com a pele perfumada
E espero
No imaginário te possuo
E o vejo desconstrutor de meios
Para se chegar ao clímax da entrega apaixonada por si só
Repleta apenas da forma do amor desejado
Marginal
Libertador
Cheirando a manhã de chuva
E terra molhada ansiosa por novas trovoadas
Invocando aos deuses mais águas
E que elas interditem as pontes para que meu leito seja a única saída
Nessa posse extrema te entrego ao vento e o acompanho de longe
Limito-me ao grito do silêncio
De cá te contemplo
Carrego-te no imaginário e nem imaginas a quantas ele anda
E de novo o silêncio
E o silêncio suspende todo instante em que te encontro
E quero apressar o instante seguinte na esperança que ele seja diferente
Que traga em si algo novo, ou o abraço antigo
E o beijo que todo dia ensaio roubar
Tempo
E eu consumida por uma série de coisas que se apresentam urgentes
E o desejo vai sendo cozido num caldeirão
Vigiado na floresta química da pele
Pelos duendes que guardam o oráculo do sexo
Construo ruínas de cacos de vidros
Para formar um dique que sustente a vazão desse sentimento
Fluxo constante de uma dança auto-expressiva
Supremacia do invisível aos teus olhos
Desenhando os signos do que não precisa ser dito
E que para sempre ou jamais
Será sentido na pele