José Wilson Santos
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Se você é mais um daqueles caras que duvidam que as mudanças climáticas são um trem sério pra dedéu, saca só essa: o líder da rede extremista Al-Qaeda, doutor Osama bin Laden, externou dia desses sua preocupação com as mudanças globais no tempo e com as recentes enchentes no Paquistão, onde ele segue escondidão da silva.
Homessa! Um terrorista desse calibre vir a público reclamar do tempo, de fato é mau sinal. O trem deve tá feio mesmo. Tão feio que doutor Osama está com medo de que a natureza faça o que americanos e aliados não conseguiram: retirá-lo à base de enxurrada da caverna onde está escondido, desde que aprontou aquela presepada contra as Torres Gêmeas.
Bin usou uma gravação de áudio para manifestar na internet suas preocupações com o tempo. O que significa que se fosse pedófilo, ao invés de terrorista (ainda que número um), já estaria em cana. Porque pedófilo é rastreado, encontrado e grampeado sem maiores delongas.
Confesso que as preocupações do doutor Osama com as mudanças climáticas acenderam em mim a luz amarela. Começo a achar que essa doidera do tempo deve ser mesmo um trem ruim demais da conta. Se bin Laden, que não esquenta a piolhenta com a caçada que lhe move os EUA, veio a público reclamar de enchentes, deve haver risco de seu buraco ser alagado. E se o buraco dele corre perigo, imagine os nossos.
Tenho visto pela tevê que o mar está avançando para a terra firme, comendo, pelas beiradas, construções que ficavam bem distantes das águas.
O pessoal faz de tudo para brecar o avanço, mas tem jeito não. O oceano não respeita as gentes nem dá à mínima pra condição social, o que é ainda pior. Manda tudo pras cucuias, seja barraco de pescador ou mansão de doutor.
O negócio é tão sério, índio velho, mas tão sério, que nenhum presidenciável acenou com providências para conter o ímpeto do oceano. Pelo menos no primeiro turno.
E tende a piorar: tenho lido e ouvido dizer que partes baixas das cidades litorâneas poderão ser engolidas pelas águas oceânicas. Por isso estou revendo o sonho que venho acalentando há trocentos anos: quando abiscoitar o prêmio da Mega Sena, não vou mais comprar chatô à beira-mar. Ao contrário, vou pro cume da montanha mais alta de Minas, o mais longe possível das águas.
Este ano também deu queimadas pra dedéu. Ou seja: é capaz de as mudanças climáticas estarem afetando a cabeça de agricultores e pecuaristas. Nunca na estória desse país eles atearam tanto fogo. Nero deve estar corado de inveja.
E eu de preocupação. Imagine o cara correr do mar e ir direto pra queimada...
Leio em amenidades, veja só, que as mulheres estão optando cada vez mais por outros tons, que não o loiro, para tingirem suas cabeleiras. Pra mim é a prova cabal de que as mudanças climáticas afetam realmente as cabeças. Onde é que a gente esperava ver um trem desse? Mulheres não ligarem mais pra ser loiras é o fim da picada.
Cruz credo!
Deus nos defenda!
Sangue de Jesus tem poder!