Adílson Santos
Abram celas e senzalas
Soltem os negros
Os gritos e as vontades
A alforria chegará
Antes tarde agora ou nunca
Dançando ao vento a capoeira
Eita ginga lá na Beira
Do mercado central
Há cumbuca de caninha
O torresmo no feijão
Deixa zuá o timbal
E show de berimbal
Zumbi encarnação
Libertas homem de lata
Que cata lata pra vender
Não é este o teu papel
Morrer de fome depois de tudo
Salve Castro Alves
Viva Palmares e quem vive a resistir
Eis agora Novo Mundo
Quilombo lá em concerto
Ensaiando grito afro
Tatu latifundiário fuça terra de plantador
Já acabou o Pelourinho
Preto livre não apanha
Tem cota no ensino branco
Viva o negro viva o Grucon
Viva a consciência do negro livre
As mãos que partem as correntes do preconceito
Com a força dos ideais
Viva os tambores dos terreiros
Viva o negro que não se esconde.
Viva a consciência!