Se eu tivesse tido forças, pra voltar,
Se as moedas não pesassem tanto em mim
Se eu procurasse por você,
Fizesse o que fez Cirineu
Se eu lhe acompanhasse.
Se eu tivesse me encontrado com você,
Com outro beijo lhe pedisse o seu perdão
Se ao menos outra vez,
Eu pudesse lhe dizer, muito obrigado!
É tão bonito, ah é tão bonito,
Quem tem a chance de olhar a quem traiu
E ainda que seja no momento derradeiro,
Reencontrar a alegria de ser fiel até o fim.
É tão bonito, ah é tão bonito,
Quando recordo o seu jeito de viver
O seu sorriso, sua voz, seu ombro amigo,
E o olhar me sustentando até na hora em que o trair!
Se eu tivesse acompanhado a multidão
a culpa junto ao colo de sua mãe
Se eu ficasse por ali, permanecesse com você,
E assim, quem sabe. . .
Estendendo um copo d’água pra você
Dividindo a dor da última lição,
Eu pudesse refazer, meu quebrantado coração
Aos pés do seu calvário.
É tão sofrido, ah é tão sofrido,
Não ter a chance de olhar uma outra vez,
Pedir perdão e no entrelaço de um abraço
Chorar a dor de não ter sido, o seu amigo até o fim.
É tão sofrido, ah é tão sofrido,
Trazer na boca o gosto da condenação
Nó na garganta e o desejo inconfessado. . .
Que se eu pudesse, voltar no tempo,
Lhe encontraria, e subiria com você.
Que se eu pudesse, fazer de novo.
Mudar a história. . . eu morreria com você.