Senhora Editora, Nós brasileiros, ainda cultores de sentimentos de povo colonizado, súditos, mansos e extremamente cordatos, por muito tempo ainda vamos continuar reféns de um pseudo Estado de Direito que tem, na área da saúde, o seu norte sanitário direcionado a uma elite detentora da verdade científica aliada dos grandes laboratórios farmacêuticos, donatários dos sintetizados e dos seus respectivos monopólios. É deveras conveniente e cômodo para os profissionais em medicina impressionar os leigos em farmacodinâmica quando fazem o uso das clássicas frases de efeito quando se lhes faltam argumentos. Entre elas a mais usada é: Ainda existem controvérsias quanto ao uso do Extrato de própolis no combate às febres tropicais. Não há na literatura médica referência que confirme a sua eficácia. Deveriam tais profissionais dizer uma outra frase que nunca tiveram a coragem em dizer: Nós, profissionais da saúde, não somos capazes nem temos o menor interesse em provar a eficácia desta substância natural através de ensaio clínico, nem de prová-la terapeuticamente eficaz. Continuaremos a esperar por substâncias sintéticas como fármaco específico contra estas patologias. Mais importante que a saúde da população, em relação a estas patologias, é o lucro que substâncias sintetizadas poderão proporcionar aos grandes laboratórios aos quais damos total e irrestrito apoio, afinal são os laboratórios com os seus impostos que sustentam a máquina governamental. Diante da lógica mercenária de alguns profissionais da doença, concluímos que o mesmo Estado que patrocina pesquisas procurando soluções baratas, é o mesmo que se omite em relação aos grandes laboratórios. Realmente desiludido e não crente em relação a tanto antagonismo sanitário. Atenciosamente.


Gilvan Barbosa Gama


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