Dário Cotrim

Veni, vidi, vici!

Publicado em 02/06/2023 às 20:39.

No encanto do meu canto encantado, vivo os melhores dias de minha vida. Aqui elaboro com paciência os meus poemas, as minhas crônicas e os livros que no repente são lançados ao vento. É um espaço minúsculo e faço dele o mundo resumido em pequeninas gotas de reminiscências que vão sendo enxertadas nas fendas que o tempo nos proporcionou. É, na verdade, o meu mundo de fantasia na companhia dos meus livros. Hoje, a paz de espirito de que necessito, reside no encanto do meu canto, sem medo e sem espanto, das coisas que acontecem lá fora. Por isso, não me canso de agradecer e compartilhar com a família, a imensa felicidade que mora no meu coração. Merecimento? É bem verdade que mereço, pois trata-se do pagamento que da lei do retorno e, este, é o momento exato de colhermos aquilo que plantamos em tempos de bonança e parcimônia com os acontecimentos e de muito trabalho em benefício dos mais necessitados. Já são vinte e três anos de aposentado, mas sem nunca parar de trabalhar. Hoje não assino ponto e nem faço nada 
por obrigação, entretanto tenho dedicado todo o meu tempo a favor do bem comum das pessoas e de minha família, pois este é um trabalho gratificante e complementa o meu desejo de viver. 

Como bem disse Júlio César: Veni, vidi, vici! Muitos, assim como eu, podem dizer a mesma coisa. O desejo de fazer algo novo na construção do melhor para os semelhantes, não se restringe somente a um grupo de pessoas, mas tão somente àqueles que durante suas vidas plantaram o bem sem olhar a quem. Certamente que existe uma forma de produzir o bem comum entre os homens, sem a vaidade dos holofotes. Politicamente não será a política dos políticos, senão a afirmação de Aristóteles de que o homem é um sujeito social por natureza e que precisa pertencer a uma coletividade. “Somos, portanto, animais comunitários, gregários, sociais e solidários e, como temos o dom da linguagem, somos também seres políticos capazes de pensarmos e realizarmos o bem comum”. A sociedade e o homem mantem, portanto, relações indissociáveis: o homem precisa da sociedade assim como a sociedade precisa do homem.

Durante toda a aminha vida eu aprendi a conviver com as diferenças. Até acredito que o caráter das pessoas se forma no seio daqueles que vivem ao seu redor. Em primeiro lugar a família, depois vem a escola e por fim, o trabalho. Entretanto, sem a presença de Deus nada é possível. Para se chegar ao estágio onde hoje eu me encontro, muita água passou debaixo da ponte. Mesmo assim, o mais difícil agora é preservar essa conquista, muito embora a sociedade em que vivemos, atolada na corrupção e na desordem, não nos ajuda em nada. Não foi por acaso que o meu conterrâneo, o jurista Rui Barbosa disse um dia, que: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça e de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. 

Não é o foco desta crônica, mas só para ilustrar a minha indignação com o momento político de hoje, afirmo a dificuldade que temos de educar os nossos filhos e netos, num país governado por um descondensado e chefe de uma quadrilha inquilina do Supremo Tribunal Federal. O egoísmo, a vaidade, a falta de respeito e muito mais outras opções não são aceitos para inter-relaciona-se socialmente. O primeiro destrói o homem, o segundo aniquila o caráter do homem e o terceiro não preserva os dentes do homem. Ah, como é triste a falta de um sorriso colgate. 

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