Dário Cotrim

Rio dos Buracos

Publicado em 18/08/2023 às 19:19.

Apresentamos aos associados do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, o 4º livro do saudoso poeta popular, Cândido Canela, e por ele intitulado de “Rio dos Buracos”. Em forma de poemas de cordel, ao estilo de Catulo da Paixão Cearense, o poeta montes-clarense é considerado o maior e mais admirável cantador de versos dos tempos de antanho, em nossa terra. Nota-se que, o saudoso catrumano Ildeu Braúna, em parceria com o expoente maior da nossa literatura de cordel, Téo Azevedo, musicou os poemas de Cândido Canela que passaram a ser vividos e revividos nos holofotes da imprensa mineira e, quiçá, da brasileira com gravações em álbuns de compact disc. Na verdade, o trabalho de Ildeu Braúna, resgatando e divulgando os versos de Cândido Canela, tem um significado muito importante para a nossa literatura, haja vista que o nosso Patativa do Assaré (Cândido Canela) foi o poeta mais influente nas “rodas-de-viola” e nos encontros dos grupos de serestas no coreto da Praça da Matriz.

Sabe-se que hoje, na nossa cidade, apenas algumas pessoas cultivam o cordel. São eles: Josecé Alves dos Santos, Amelina Chaves, Carlos Azevedo, Téo Azevedo, João Nunes Figueiredo, Edson Andrade e Aprígio. Entretanto, o locutor Cid Morão está com o seu livro de cordel, “Lá no meu Pé de Serra”, na Editora Gráfica Millennium, quase pronto para lançamento. O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros criou um espaço destinado a Cultura Popular, que tem como padrinho Cândido Canela. Temos em exposição mais de duzentos livretos de cordel e, aos interessados, informamos que existe uma cota desses livros para doação.

“A Literatura de Cordel é uma manifestação da cultura popular brasileira que teve origem no Nordeste. É composta por poemas escritos em linguagem popular, ricos em rimas e na perfeição métrica dos seus versos. Originalmente, os poemas de cordel eram vendidos em feiras, onde ficavam à mostra da população pendurados em cordéis ou barbantes”

Em vida, o poeta Cândido Canela publicou dois livros: “Lírica e humor do sertão”, no ano de 1950, com apresentação do ilustre acadêmico Manoel Hygino dos Santos e, no ano de 1958, e o livro “Rebenta boi”. Como homenagem, produzimos dois outros livros com históricos sobre o trabalho literário de Cândido Canela: “Poetas ilustre – in memoriam” (2010) e “Chico Pitomba e Mané Juca” (2014), sempre com o objetivo maior de valorizar a sua vida e a sua obra no contexto de nossa história. 

Enfim, agradecemos, penhoradamente, o associado Reinine Simões Canela, pelo seu desprendimento em liberar o texto original de “Rio dos Buracos” para esta publicação. Por outro lado, queremos agradecer, também, os nossos associados pela compreensão em aceitar e referendar que esta obra fosse publicada com o apoio do Instituto Histórico e Geográfica de Montes Claros, no projeto do Consórcio Literário. Para fechar com chave de ouro o nosso projeto sobre a literatura de cordel em Montes Claros, no espaço destinado aos cordelistas encontra-se em exposição a máquina de escrever do saudoso poeta Cândido Canela. Uma relíquia que hoje valoriza os Museus do IHGMC. Portanto, vamos esperar o dia do lançamento do livro “Rio dos Buracos”, uma obra inédita do Cândido Canela que, certamente, irá abrilhantar as bibliotecas de nossa cidade e de todas as outras de Minas Gerais.

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