Tudo que passou é considerado velho, imprestável e muitas vezes desprezado pelo homem. Não devia ser assim, pois as experiências que as pessoas adquirem no correr dos meses/dias servirão de suporte para uma vida melhor no ano que se inicia. Junto com o ano novo vem as novas investidas, as novas oportunidades, e as novas esperanças de vencer obstáculos e sonhos adormecidos, os que certamente ficarão mais velhos em pouco tempo de uso do calendário cristão ou gregoriano. Aliás, nós também estamos ficando cada vez mais velhos! Mas, muito mais tolerantes, compreensivos, equilibrados, sábios e, amigo dos amigos, que o tempo nos presenteou.
Mesmo assim, é preciso aprender a conviver com a velhice – nossa e de outros tantos – até os últimos dias de nossas vidas. O ano novo tem a propriedade de proporcionar às pessoas a realização daquilo que não foi feito no ano passado. O merecimento de cada um sempre acontece no réveillon, quando são contabilizados as perdas e ganhos no livro haver & dever da dívida da vida. Fazer novas e boas amizades é muito legal, entretanto, preservar as muitas amizades já existentes, isso tem a maior importância na vida de qualquer cidadão de bem.
O ano velho é passado. Só se deve olhar pelo retrovisor da vida e agradecer a oportunidade que se tem para glorificar-se dos bons ventos do ano vindouro. Na verdade, o ano novo nos reserva trezentos e sessenta e cinco dias para a prática de boas e novas ações. Tudo que nos resta é tão somente patrocinar o amor comum entre as pessoas no direcionamento dos haveres em contraponto com os deveres nossos de cada dia. É importante verificar que o homem só é velho quando se encontra vazio de boas ações. Se nada tem a oferecer é porque nada tem a receber. Assim, afirmamos, categoricamente, que, somente colhemos aquilo que no passado foi plantado com amor ou ódio. Portanto, vamos plantar o bem sem olharmos a quem, porque assim o bem colheremos.
Por outro lado, é importante respeitar os pais e toda família. Em outros casos, cultuar a memória dos que já partiram antes de nós, é uma obrigação salutar que faz dos homens as pessoas mais felizes do mundo. Nota-se que, a ilustração de uma simples brincadeira humorística, nos tempos modernos, existe somente na condição do respeito carinhoso das pessoas. Nunca utilizar da desconsideração para atacar o moral e a sensibilidade frágil dos mais humildes. Respeito é bom e conserva os dentes!
Agora, com a chegada de uma nova era, vamos aproveitar o tempo para uma preciosa reflexão: amar a Deus sobre todas as coisas e respeitar os mais velhos na mesma concepção que a palavra preconiza. Ademais, imperioso se faz em “ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu” (Bessie Stanley). Para rematar essas nossas considerações sobre haver & dever confessamos que na contabilidade do tempo a lei do retorno é infalível. Quem deve há de pagar, até porque, deixar uma dívida ignominiosa para os herdeiros, não é nada recomendável.