O livro “A Outra face do Espelho”, de Geraldo Magalhães Zuba, traz as reflexões de um padre casado, com filhos e netos e uma legião imensa de amigos e amigas. O Padre Zuba, assim como ele gosta de ser chamado, foi ainda professor na Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros. Eu fui o seu aluno na Fadir – Faculdade de Direito quando ainda funcionava no antigo prédio da Fafil, hoje o Museu Regional de Montes Claros. 

“Se os meus alunos foram bons, imagine meus filhos”. Desse modo confessa o ilustre autor da obra literária: “A Outra face do Espelho”, nas narrativas de suas doces lembranças.

A escrita do Padre Zuba é simples. Simples e prazerosa. É como se ele estivesse conversando com o seu leitor, sem pedantismo, sem embaraços e, acima de tudo, com muita humildade e naturalidade na fala.

Abalizado na fé religiosa, ele nunca deixou de exaltar o cristianismo nos seus escritos e, em razão disso, disse-nos o seu eminente prefaciador, Padre Jorge Ponciano Ribeiro, que é o “Zuba, por dentro, silencioso, meditativo, piedoso, por fora, alegre, companheiro, preocupado com o outro, vai ser e estar assim, porque é assim que ele é”.

Na verdade, escrever as memórias de um padre casado é um ato de muita coragem. Pois, assim ele o fez. Botar no papel as suas indignações, as suas ambições e, também, os seus sonhos de homem, filho de Deus é, no mínimo, o ato de amor para com a sociedade em que vive. 

A felicidade está na vontade de amar. No momento do amor, no instante de explodir a paixão e, portanto, viver será preciso.

O livro é uma seleção genealógica na profissão da fé. São depoimentos denodados da conezia religiosa, são reflexões movidas de sentimentos e das convicções inabaladas do anseio matrimonial. 

O livro traz ainda no seu estilo, de forma escorreita, uma narrativa histórica dos valores eclesiásticos, sem pretendentes, para a formação religiosa de um povo abalizado no clero. O pecado capital do casamento é superado pela avaliação amorosa daqueles que se amam. Portanto, nada é inapropriado nas relações íntimas da família e da Igreja. Há uma distância considerável entre as duas linhas de condutas, entretanto elas unidas fortalecem sensivelmente a convivência de amor entre si. O Padre Zuba foi feliz nesse sentido, pois ele agiu com coragem, determinação e sabedoria e com muita vontade de viver, sem menosprezar, sem contaminar e nunca depreciar as regras do templo religioso.

Parabéns, Geraldo Magalhães Zuba – Padre Zuba – pelo seu excelente livro de memórias. Será um trabalho gigante para as futuras gerações, haja vista os temas que ali são tratados com discernimento, com coerência e com responsabilidade. 

A Academia Montesclarense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e outras entidades afins saberão, no momento certo, apreciar e valorizar o seu influente livro de memórias: “A Outra Face do Espelho – reflexões de um padre casado”. Parabéns e muito sucesso!

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