Criado este ano, o Espaço do Artesanato Saul Martins, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, é um espaço para a difusão da arte popular do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha, com peças que, por seus significados simbólicos, são testemunhas do viver e do fazer de um povo sofrido, porém valente e forte.
O espaço cultural divide-se em duas partes distintas. A primeira delas é ocupada pelos estudos comparados na investigação dos costumes humanos. A outra somente na descrição da cultura concreta.
Empenhado na divulgação e na preservação da história de nossa terra, o IHGMC sente-se responsável pela coleta de objetos e resquícios da civilização do homem da pré-história na região norte-mineira, lembrando e valorizando o trabalho antes desenvolvido por Simeão Ribeiro Pires, Arthur Jardim de Castro Gomes, José Alves Macedo, além do saudoso associado dr. Leonardo Álvares da Silva Campos, com a criação do Museu de Antropologia e Etnologia na sede social.
Além da realização da pesquisa etnográfica e da farta documentação fotográfica, o IHGMC tem visitação assistida, com ótima demonstração de técnica e atendimento ao público sobre a antropologia norte-mineira. Pela 1ª vez, o povo montes-clarense é convidado a participar de um projeto dessa envergadura, com doação de objetos antigos na composição do seu acervo. A participação de todos engrandece a nossa comunidade.
A história das artes plásticas no sertão do cerrado tem inúmeras razões para determinar o grau de aceitação, por parte dos turistas, nas aquisições de pequenas lembranças, em especial as impressões no barro das artesãs do Vale de Jequitinhonha e da Comunidade de Água Boa II, em Rio Pardo de Minas, assim como das comunidades de Januária, Pirapora, Janaúba, Coração de Jesus e Montes Claros.
Os cesteiros de Januária Valdivino Campos e Valdomiro Oliveira Campos explicam que os cestos e os balaios de Januária vêm das primeiras ramas das famílias.Januária nos legou dois nomes importantes para a cultura popular: Saul Alves Martins e Manoel Ambrósio Alves de Oliveira. São Francisco teve em seu leito natalino o ilustre historiador Brasiliano Braz e o folclorista João Botelho Neto. Em Pirapora, a arte cultural nos oferece as belíssimas carrancas do mestre Sabino Xavier dos Santos, que fazem imenso sucesso até os dias de hoje pelo mundo afora. No Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros existem duas.
As exímias artesãs do barro Roxa e Cida são lembradas com respeito e carinho. O IHGMC criou o Bazar do Artesanato (Ruth Tupinambá Graça), onde são vendidas as pequeninas lembranças de nossa cidade para os ilustres visitantes do dia, principalmente para os alunos e os professores, com agenda marcada, antecipadamente, na nossa secretaria.