É muito comum julgarmos as intenções das pessoas. Especialmente quando nos afetam diretamente. Se alguém olha para nós de um modo que julgamos diferente, somos inclinados a perguntar o porquê. Criamos uma infinidade de opções. Quase todas elas erradas. Quando alguém nos diz algo de que não gostamos, pensamos sempre haver uma má intenção por trás. Mesmo em situações favoráveis, temos a tendência de desconfiar da verdadeira intenção. 

O Senhor nos proíbe de fazermos juízos precipitados de nós mesmos e das demais pessoas (Mt 7.1) porque não somos capazes – como somente ele é – de conhecermos integralmente os corações. Não conhecemos os corações dos outros nem os nossos. Por mais que pensemos que temos condições de analisar nosso ser, somos enganados por nossa natureza caída. Pensamos estar certos, mas quase sempre não estamos. 

Quem conhece o Senhor e, consequentemente, a si próprio, sabe que é impossível fazermos um autoexame real de nossos corações e, especialmente, de escrutinar os corações dos outros. Por isso, o salmista orou: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24).

Somente o Senhor é capaz de sondar nossos corações e julgar nossas reais motivações. O escritor dos Provérbios nos ensina: “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os corações” (Pv 21.2). Nós pensamos que nossas escolhas são sempre as melhores. Pensamos que o juízo que fazemos de nós e dos outros é sempre o melhor. Planejamos e executamos pensando que tudo dará certo. Somos tão sagazes que até mesmo insinuamos os riscos – uma espécie de “plano B” ou “C”. 

No entanto, muitos planos – A, B ou C – continuam dependendo menos de nós do que pensamos. O Senhor é quem executa em nós o seu querer. Por mais que elaboremos planos - e a Bíblia nos ordena a sermos bons estrategistas - devemos submetê-los ao Senhor. Uma pessoa prudente não constrói sua casa na areia, porque sabe que isso o levará à ruína. Ela deve construir sobre a rocha, um fundamento firme, pois sabe que, ainda que as turbulências apareçam, a casa se sustentará. 

Portanto, devemos confiar nele e entender que é ele quem conhece nossas reais motivações e determinou o que é melhor para nós. Não devemos julgar os outros nem pensar que conhecemos a nós mesmos. Só o Senhor é capaz de sondar nosso interior e julgar nossa motivação. Só ele é poderoso para dissecar todos os recantos de nossa alma e prescrutar o mais profundo de nosso ser. Há recantos inexplorados que ninguém pode penetrar. Só o Espírito Santo do Senhor. 

Soli Deo Gloria!