Não pode existir boa vida sem que a educação esteja presente. É por meio da educação que ampliamos o conhecimento de nós mesmos, das demais pessoas, dos sentimentos, dos objetos e do mundo.
A educação redentiva é aquela que visa resgatar a pessoa de seus fracassos e da ignorância e transportá-la para um ambiente de crescimento saudável, frutífero e longevo.
Agostinho, ao tentar se lembrar e descrever em Confissões alguns dos pecados cometidos na infância, mencionou a falta de interesse pelo estudo e o uso da inteligência em coisas que não lhe trariam benefícios: “Eu pecava, Senhor Deus meu, agindo contra as disposições dos pais e dos mestres, pois podia no futuro fazer bom uso dos conhecimentos que eles queriam que eu adquirisse e eu desobedecia não para fazer coisa melhor.
Permite-me, ó meu Deus, que fale um pouco também da inteligência, dádiva tua que eu esbanjava em frivolidades”.
Não é incomum que nós também, em algum momento de nosso aprendizado, tenhamos deixado de valorizar e de se concentrar em tópicos que se tornariam muito necessários no futuro.
Muitas vezes, ao contrário, achávamos que os detalhes para os quais tanto nos chamavam a atenção nossos professores seriam descartáveis.
Todavia, com o passar do tempo e com o acúmulo de conhecimento que vamos adquirindo, percebemos o quanto poderíamos ter nos dedicado mais e melhor à nossa própria formação na infância e na adolescência.
Não soubemos valorizar nossa educação.
Educação, de acordo com Tito 2.12, é o processo pelo qual alguém é treinado, disciplinado e instruído em algum tipo de conhecimento.
A palavra grega que inicia o versículo 12 é paideuousa (derivada de paideia), traduzida como “ensinando-nos”. O termo paideia, no mundo grego, possuía um significado muito especial. Representava toda a instrução dada a uma criança com a finalidade de prepará-la para a vida adulta, tanto as instruções informais quanto formais.
Representava um conjunto de ideias e práticas que deveriam ser guardadas na mente e no coração a fim de orientar a vida de alguém até a sua idade adulta.
A ideia de educação não era, portanto, apenas uma noção fragmentada de algumas matérias ou disciplinas escolares com certos conteúdos específicos.
Era muito mais ampla e dinâmica e abrangia um conjunto de conceitos e práticas que deveriam nortear o estilo de vida de uma pessoa, uma educação que pudesse redimir a pessoa de seus pecados e fracassos.
O principal sentido de educação é “nutrir”, “criar”, “trazer para fora”, “dar forma a”, o que significa que educar é um processo progressivo, contínuo, sistemático de dar forma e sentido a algo. Esse “algo” é a nossa própria vida.
Não pode existir boa vida sem que a educação esteja presente. É por meio da educação que ampliamos o conhecimento de nós mesmos, das demais pessoas, dos sentimentos, dos objetos e do mundo.
A educação redentiva é aquela que visa resgatar a pessoa de seus fracassos e da ignorância e transportá-la para um ambiente de crescimento saudável, frutífero e longevo.