Tenho pensado muito sobre como transformar um hobby em uma fonte de renda pode não ser algo tão simples e lucrativo como parece. Essa possibilidade inicialmente empolgante, na verdade esconde muitas nuances que merecem ser pensadas e repensadas.
Hobby, segundo o pai Google, significa descontração, passatempo; uma atividade que é exercida exclusivamente por lazer, o que já demonstra que essencialmente é contrário a definição de trabalho remunerado. 
No processo do hobby a finalidade está no fazer, no criar, e não necessariamente no resultado. No trabalho, o resultado em forma de “pagamento” é o motivo de existir o processo. 
Quando transformamos o que amamos em fonte de renda, a ansiedade é uma das primeiras companheiras a aparecer.
A pressão constante para produzir conteúdo, conquistar seguidores, lidar com a competição acirrada e manter uma nem sempre condizente imagem de sucesso pode ser terrível. Vivemos na era da tecnologia e estar fora das redes é impensável se você deseja alcançar o sucesso. Outra questão é a necessidade de estar sempre “ligado” e disponível nas redes sociais, respondendo a comentários e mensagens, que cria uma constante sensação de vigilância e leva ao óbvio esgotamento emocional.
Além disso, essa busca muitas vezes exige um grau de perfeccionismo inalcançável onde somos incentivados a criar uma persona sempre sorridente, com uma vida perfeita, sem espaço para vulnerabilidade.
A depressão também pode surgir quando as expectativas não são atendidas ou quando o prazer inicial do hobby se perde. 
A monetização transforma a atividade em um trabalho, com prazos, pressões e obrigações que antes não existiam.
É necessário reconhecer também que essa situação está comumente relacionada a taxa de desemprego e a má distribuição de renda. Mas isso é assunto para outro dia.
Hoje, meu brinde é ao trabalho não remunerado, a autenticidade e o tempo dedicado às atividades sem a pressão de transformá-las em fonte de lucro.Ao ócio criativo e despretensioso! 
Ao fazer gratuito e espontâneo, linguagem da alma. O valor de um hobby reside na alegria, no prazer e na conexão com nós mesmos, e é isso que no final realmente importa.