Infelizmente, o brasileiro perdeu toda crença nos seus representantes, no Congresso Nacional. Infelizmente, acabamos sendo obrigados a votar no menos pior. Fica evidente que apenas uma meia dúzia está preocupada, de fato, com a população. Depois de ter lançado a população na espada do Judiciário, em especial aquela que fere sem direito a defesa, os parlamentares lançam mão do ditado popular: “Farinha pouca, meu pirão primeiro!”. Enquanto o trabalhador brasileiro tem dificuldade de conseguir reajustes baseados na perda salarial, deputados votaram, simbolicamente, reajuste dos seus salários – previsto escalonamento que chegará, ao final, em R$ 45 mil, sem contar outros penduricalhos. A proposta seguiu para votação no Senado e não precisa ter bola de cristal para saber o resultado.
Farinha do mesmo saco
Ninguém tem dúvidas de que a decisão dos parlamentares de reajustar os próprios salários é fruto de um alinhamento com outros poderes, a começar pelo Governo eleito. Não foi por acaso que o aumento contemplará, também, presidente da República, vice-presidente e os novos ministros.
Efeito cascata
Quem imaginou que o aumento no salário de deputados federais, senadores, presidente da República, do vice e ministros, aprovado pela Câmara Federal ficaria restrito à esfera federal, se enganou. Primeiro, porque a lei determina que o aumento pode acontecer de uma legislatura para outra – o que, a princípio, estaria correto. Acontece que o aumento já vai valer para janeiro, enquanto que os eleitos só assumem em fevereiro. Quanto ao efeito cascata da medida, vale salientar que o salário dos deputados estaduais, de acordo o artigo 27 da Constituição Federal é de 75% do salário dos federais. O resultado é que a decisão atinge, também, os estados.
Salário dos vereadores
Se o aumento no salário dos deputados federais e senadores atingirá os vereadores ainda não está claro, mas também não é descartado. É que, apesar de a Constituição determinar que o reajuste somente pode acontecer para valer na legislatura seguinte, fica a dúvida pelo fato do reajuste aprovado na Câmara contemplar atuais parlamentares no mês de janeiro. A dúvida é se os vereadores não usarão as perdas e a inflação para justificar o aumento. Com a palavra, o Judiciário.
Unimontes
Existe a expectativa de que, entre esta quinta (22) e sexta-feira (23), o Governo do Estado anuncie os nomes da direção da Unimontes. O mandato da atual direção venceu na terça (20) e o cargo está vago. Apesar de lista tríplice contar com o professor Geelison, que ficou em terceiro lugar na eleição, a disputa está entre o professor Wagner Santiago, segundo colocado, e o atual reitor, professor Antônio Avilmar, que foi primeiro colocado.