Comentamos em coluna anterior que após as eleições, o principal cabo eleitoral de Bolsonaro (PL) era o presidente Lula (PT), que até mesmo em suas andanças pelo exterior, apresentava como pauta central a tentativa de desconstituição do seu antecessor. A mesma toada era seguida pelos atuais ministros. Já há duas semanas estamos percebendo que a engenharia política do Governo Federal finalmente entendeu que estava se desgastando não construindo sua própria história para governar olhando pelo retrovisor. O fato de ter abandonado nos discursos a figura de Bolsonaro acabou diminuindo sua presença nos holofotes do processo. Vale a máxima: “Na política fale mal mas fale de mim”.
MÍDIA ESPONTÂNEA
No mundo político é importante que os atores do processo tenham conhecimento e discernimento do que é mídia impulsionada e mídia espontânea. A mídia impulsionada é quando você necessita colocar o político ou candidato nos holofotes do processo. Neste caso, é necessário usar todas as ferramentas, principalmente das redes sociais. No caso da mídia espontânea é preciso que o agente político, ou sua assessoria, perceba que consegue caminhar sozinho criando o próprio espaço. Geralmente é a imprensa, o digital influencer ou liderança que busca orientação ou informação junto ao agente. No momento em que você transfere e permite que sua assessoria atravesse o processo, acaba se distanciando da própria mídia. Assessor é para orientar e não para ser holofote.
PRISÃO NAS ESCOLAS
Em coluna anterior, tão logo surgiram os ataques às escolas, comentamos que os governos estavam preocupados em combater a consequência sem se preocupar com a causa. A este respeito, o presidente Lula (PT) foi feliz quando durante reunião dos chefes dos três poderes, na terça-feira, para tratar de ações de prevenção à violência nas escolas, comentou que simplesmente aumentar os aparatos de segurança nas escolas sem atacar as motivações acaba por transformar as escolas em uma “ prisão de segurança máxima”.
O BRASIL PAROU
A triste notícia desta semana é que a “guerra surda” provocada entre direita e esquerda, onde estamos vivendo discurso de paz e atitude de guerra pode paralisar de vez o país. O pivô tem sido principalmente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (UB-MG). É que os parlamentares da oposição decidiram, na terça-feira, fazer “obstrução total”dos trabalhos nas comissões e na pauta do plenário das duas casas. A retaliação se deve ao fato de Pacheco ter adiado a instalação da CPI para investigar os atos de 8 de janeiro.
ANGU DE CAROÇO
Não precisa ter bola de cristal para cravar que em relação aos atos de 8 de janeiro, tem muita sujeira debaixo do tapete e que interessa muita gente impedir que seja revelado.