Por questões éticas, sempre evitei criticar o trabalho de profissionais da imprensa por integrar a classe. Entretanto, como analista político, não poderia deixar de comentar a entrevista de segunda-feira dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos ao presidente e candidato à reeleição Bolsonaro (PL). Se o objetivo era o de levar a entrevista para o lado pessoal ou outro interesse, acabou cumprindo de fato o seu papel. O ponto principal que interessava os eleitores era a oportunidade do entrevistado prestar conta do que realizou ou deixou de fazer e, ao mesmo tempo, apresentar o seu plano de governo, caso seja reeleito.
 
Entrevistas dos candidatos
Diante do formato da entrevista da Globo, certamente o eleitor fará um comparativo da forma de condução da entrevista aos outros candidatos. Independente do alinhamento político do eleitor, a expectativa é que o lado pessoal dos entrevistadores não se sobreponha ao interesse da população. A expectativa, agora, fica por conta da entrevista com o ex-presidente Lula (PT) – que também entendo deve merecer o respeito dos entrevistadores, tendo oportunidade de prestar conta e apresentar suas propostas.
 
Incertezas da eleição
Tenho alertado os leitores que, daqui até o dia 15 de setembro, fatos novos vão acontecer entre as candidaturas – o que inclui desistências e ajustamento no que se refere ao apoio pessoal. Para se ter ideia, qualquer manifestação dos agentes pode encaminhar o processo para uma direção. Agora mesmo, o governador Zema (Novo) que lidera as pesquisas, declarou que num possível segundo turno não votaria no PT. Como a polarização federal é entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), a manifestação passa a ser um indicativo, que terá influência, inclusive, na candidatura ao governo do senador Carlos Viana (PL) neste primeiro turno.
 
Mostrar força
Já comentamos neste espaço, por diversas vezes, que campanha política deve cumprir as fases dentro de uma sequência e no momento certo. Saltar etapas, antecipar ou atrasar é, na prática, o suicídio do projeto. Faltando pouco mais de um mês para as eleições, é hora de mostrar força ao eleitor, apresentando as bases onde deverá ser votado. Na disputa proporcional, são poucos os eleitores que votam naquele que vai perder. De mais a mais, há muitos candidatos rodando em círculo sem sair do lugar. Concentrar o trabalho apenas neste ou naquele município não elege ninguém. É hora de mais ação e menos café com biscoito.
 
Reunião Sudene
O superintendente da Sudene, general Carlos César Araújo, anunciou visita a Montes Claros nesta quinta-feira (25) para apresentar o projeto do órgão para a região. Até ontem não havia sido divulgada nenhuma programação.