Fiz o compromisso de fazer um paralelo entre as eleições de 2018 e o que pode acontecer no pleito eleitoral deste ano. Vou tomar como base o município de Montes Claros que lidera toda uma região. Entretanto, resguardada as devidas proporções a leitura vale para todos, ou seja, proporcionalmente levando em consideração o número de habitantes de cada município. Em 2018 em Montes Claros apenas nove partidos fizeram o quociente eleitoral sendo eles PSL, Cidadania, MDB, PSB, PT, Rede, PDT, PV e Republicanos. Isto vale dizer que somente nove vereadores foram eleitos diretamente. De uma Câmara de 23 vereadores, 14 foram eleitos na sobra. Vale lembrar que naquela oportunidade a exigência para o candidato era de apenas 10% do quociente eleitoral, sendo que agora é 20%.
Futuro dos partidos
Tomando como base as mudanças na regra eleitoral de 2018 para 2024, - quociente eleitoral para partidos e candidatos, diminuição no número de candidatos por partido, fusões e federações-, é possível dizer que o número de partidos que vão para a disputa caira pela metade num comparativo de 2018 para este ano. Entre aqueles que fizeram o quociente eleitoral, elegendo vereadores diretamente, hoje só apresenta condições de repetir o resultado o Cidadania, MDB e PT. É fato que agremiações como União Brasil, PP, Republicanos, PDT e Avante tem amplas possibilidades de montarem chapas consistentes atingindo o quociente e hoje também estão nos holofotes do processo. O certo é que uma previsão mais assertiva teremos quando da formação das chapas.
Candidatos nanicos
Para as eleições deste ano, os pré-candidatos que já passaram pelas urnas em pleitos anteriores serão melhor avaliados pelos partidos. É que com as mudanças e as exigências da Lei Eleitoral para este ano, os chamados candidatos nanicos, que entram no processo apenas para compor chapa dificilmente conseguirão legenda. Para se ter ideia, em 2018 nós tivemos 578 candidatos, sendo que deste total 400 não atingiram 250 votos, sendo que somente 178 tiveram acima de 250 votos. Este ano com a diminuição do número de partidos é fato que com exceção de candidatas mulheres, partidos não vão aceitar quem obteve em pleito anterior menos de 400 votos.
Saco de Pipoca
Comentamos que a direção nacional de alguns partidos, sem conhecer a realidade de municípios, estão negociando com o Governo Federal apoio aos seus candidatos em várias cidades em troca de benefícios próprios. A este respeito, o deputado estadual Arlen Santiago (Avante) compartilhou a nota e fez o seguinte comentário: “ Se o Avante não me respeitar no meu município, ou na minha região não tem como permanecer na agremiação. Ou é político ou um saco de pipoca”.