O que poderia ser um paliativo, para minimizar o sofrimento de desempregados e pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, se transformou em um ato desumano praticado pelas autoridades governamentais por falta de estrutura e logística para atender quem tem direito ao recebimento do Pagamento Social (auxílio emergencial), decorrente das medidas da pandemia Covid-19. Em cidades como Montes Claros, mesmo com várias agências bancárias e casas lotéricas, têm sido formadas filas desumanas, colocando as pessoas em risco de contrair o coronavírus.

Interior pede socorro
Se nas grandes e médias cidades as pessoas que têm direito ao auxílio emergencial previsto nas medidas da Covid-19 têm encontrado dificuldades para ter acesso ao pagamento social, nas pequenas cidades do interior o problema é ainda maior. Faltam palavras para descrever o sofrimento dessas famílias. Acontece que quase a totalidade dos municípios não conta com agência bancária e até mesmo pagamento da Bolsa Família é feito através de casa lotérica. O mais grave é que as lotéricas não têm estrutura para atender a demanda. Não existe dinheiro suficiente para as cotas que, na média, são de R$ 1.200. Aliás, nem os de R$ 600 têm conseguido pagar. Para piorar ainda mais a situação, no desespero, pessoas estão se aglomerando na porta da casa lotérica a partir de 1h ou 2h da madrugada. Vale lembrar que a maioria desses municípios conta apenas com uma casa lotérica.
 
PSDB Fora
Estamos aguardando o TSE divulgar a relação dos filiados de partidos nas principais cidades do Norte de Minas e, mais especialmente, em Montes Claros, para uma análise mais aproximada do que possa acontecer no pleito eleitoral deste ano. Antecipadamente, o que tem chamado a atenção é o encolhimento de uma das principais agremiações políticas do país, que é o PSDB. Na região passou a fazer parte da vala comum. Para se ter ideia, em Montes Claros, a principal cidade do Norte de Minas, com mais de 200 mil eleitores, a agremiação sequer conseguiu montar chapa para a disputa na proporcional. Aliás, está totalmente sem referência no Estado.
 
Quem paga a fatura
Alheio aos interesses ideológicos, alinhamento político ou qualquer coisa dessa natureza, confesso que estamos enojados da “guerra surda” que vem sendo protagonizada nas três esferas de poder. Declarações vindas do Executivo federal, da Câmara Federal, Senado Federal e STF só têm servido para mostrar “as vísceras” destes poderes. Em meio à gravidade da situação, decorrente da Covid-19, tanto Executivo, Legislativo e Judiciário deveriam ter mais respeito com a população, deixando de lado discurso de ódio e com interesses direcionados para atender o “eu”.