“De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1950, apenas 28,8% da população do município desempenhava alguma atividade remunerada e o analfabetismo apurado chegava a 74,63%. Nesse cenário, até o início da década de 1960, a economia montes-clarense era pautada na atividade agrícola, com destaque para a criação de gado de corte e pela comercialização de bens de consumo para a comunidade local e cidades circunvizinhas. A indústria era incipiente.
Desde as profissões mais simples, como pintores, pedreiros, carpinteiros e bombeiros hidráulicos, demandados pelos canteiros de obras das edificações das novas plantas, até trabalhadores mais especializados de nível médio e superior, os empresários se depararam com o desafio de provimento de mão de obra especializada.
Em 1978, a escola disponibilizava 240 vagas, sendo 2/3 para os cursos de Mecânica e Eletrotécnica e o restante pera os cursos de Eletrônica, Comercialização e Mercadologia. Criada pelos empresários, a escola tinha, naturalmente, uma pesquisa de mercado constante, a partir de sua relação com suas mantenedoras: Matsulfur, Siom, Tok, Transit, Frigonorte, Agapress, Coteminas, Pavisan, Irsamasa, Denver, Metalúrgica Norte de Minas, Metalúrgica Silber Cenro, Movex, Almec, Peugeot, Fuji, Frigodias, Itasa e Glicenorte.
Além da Escola Técnica e do Colégio Delta, a Fundação Educacional de Montes Claros criou, em agosto de 2002, a Faculdade de Ciências e Tecnologia (Facit), com os cursos de Engenharia da Computação, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Química e Engenharia de Telecomunicações. A Facit surgiu devido à total ausência de cursos superiores na área de tecnologia em todo o Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Sul da Bahia”.
Tudo isso, sem falar dos grandes valores humanos que por ali trilharam deixando as marcas do entusiasmo, do respeito, da honestidade, esses atributos que enlevam a dignidade humana e elevam uma empresa. O ser humano foi criado com grande capacidade de adaptação. Assim é que há professores que arrastam os alunos num caminho pedregoso, onde têm os joelhos desfolados, o medo evidente em seu semblante e com lutas as mais difíceis e nos caminhos, os mais íngremes eles aprendem.
Há daqueles que tomam o aluno pela mão e o animam; o caminho é longo mas vão devagar removendo as pedras, aplainando as veredas e o aluno chega lá, confiante, habilitado para os desafios da vida.
Não conseguirei falar de todos; mas quando meus filhos por lá passaram conheci a liderança do professor José Eustáquio Coelho; a professora Margarete, com aquele caderno ilustrado com as redações; as aulas precisas de Matemática da professora Beatriz Chaves; a professora Magnólia, com as aulas de Matemática delineadas em suas roupas, roupas feitas e bem feitas por ela. Lembro-me também da vice diretora Dalva Coutinho, da Lúcia, na supervisão, da Nazaré com as experimentações nas aulas de Ciências.
Sei que não falei de todos, mas os que não foram citados estão escritos nas linhas de nossos corações, sempre agradecidos. Foi essa fortuna escolar que Montes Claros perdeu, que nós perdemos!
Bem aventurados aqueles que tiveram a graça de desfrutarem da Fundação Educacional de Montes Claros.