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Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

Um país chamado infância

Publicado em 02/05/2024 às 19:00.

É esse o título do Projeto desenvolvido sob a Coordenação Didática da Professora-Doutora Rita de Cássia Silva Dionísio Santos do Curso de Letras da Unimontes. Quando nos referimos à infância nós nos reportamos ao dicionário para concluirmos que infância é um período de crescimento no ser humano que se estende do nascimento até à puberdade; meninice, é a criancice. E quando algo está tendo o seu início o seu primeiro período de existência de uma arte, ciência, instituição, sociedade, falamos que eles estão em sua fase de infância.

Um país chamado Infância recebeu esse nome por certo, por acomodar em seu seio muitas crianças: crianças que correm, crianças que brincam, que caem, que se machucam; crianças que brincam com bola, com peteca, com ioiô; que pula corda, que brincam de Amarelinha; crianças que brincam de roda, mas são também crianças que gostam de animais, que brincam com eles e que deles cuidam como se fossem gente.

Elas brincam em casa, na escola, nas ruas, nos parques, onde houver espaço elas até criam as brincadeiras atraindo mais crianças para o lazer.

No país chamado Infância tem crianças que amam livros, que gostam de ouvir histórias e com olhinhos brilhantes e o ser renovado elas querem outra e mais outra.

Em Infância as crianças trocam livros numa permuta constante, compram livros, buscam livros emprestados na biblioteca local porque ler é a sua constante necessidade, às vezes priorizada.

Leem histórias de gente grande, deliciam-se com o contar de histórias de outras crianças, e vão trocando ideias ao longo da estrada formada pelas pérgulas, que servem de suporte aos encantadores livros; eu residi em alguns momentos quando criança na escola onde estudei e eu chamaria àquela escola: Uma Escola chamada Infância. Ali as professoras contavam histórias com livros de gravuras, que se movimentavam e não havia sequer um ruído a não ser a voz maviosa da contadora, que cheia de emoção nos fazia querer estar sempre ali. Às vezes até chorávamos ou choramingávamos com aquela exposição literária.

Outro dia eu me lembrava de alguns livros que passaram pela minha vida na infância e o conteúdo deles era uma riqueza, que vinham nos tornar cidadão do bem. Era lendo os livros que aprendíamos sobre Educação Moral e Cívica; respeitar as pessoas, sermos honestos em tudo, cuidar dos animais, do meio-ambiente, acudir aos necessitados. Parece que o livro desempenhava uma responsabilidade, apenas dirigido pelo ser humano.

As poesias? Eram solicitadas, decoradas e recitadas: Infância e Velhice de Francisca Júlia; A Pátria de Olavo Bilac; O telégrafo de Annette Wyne; A Flor e a Fonte de Vicente de Carvalho; As virtudes de Alphonsus Guimaraens.

Ah, eu me embarquei para o País chamado Infância para recordar-me dos tempos que se foram e que podem voltar na medida em que eu e outros trouxermos à tona aqueles momentos mágicos e cheios de ternura , que nos alicerceavam na construção do saber, do ler e do escrever tornando-nos multiplicadores de uma época, cujos personagens viveram ações inspiradas por pessoas que criam na beleza do que viviam. É preciso crer. Mas para crer é preciso vivenciar.

Como bem escreveu Casimiro de Abreu:

“Oh, que saudades que tenho da aurora da minha vida,

Da minha infância querida, que os anos não trazem mais!”.

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