Estive na Escola Estadual Antônio Figueira com o coração cheio de alegria, pois ali trabalhei como professora por duas décadas. Foi um convívio amistoso e muito saudável com diretora, supervisora, com os colegas e com os alunos, matéria-prima das escolas.
Fui convidada por Luciana Barbosa, a bibliotecária da escola, com pós-graduação em biblioteconomia para a culminância de um projeto ali desenvolvido por ocasião do Dia do Livro. Ela trabalhou com os alunos a obra de Monteiro Lobato, com exposição dos trabalhos escritos e desenhados pelos alunos e confecção artesanal dos personagens criados por ele, feitos com sucata.
Mas havia também materiais finamente confeccionados por artesãos profissionais. Havia Emílias (que lindas!) de vários tamanhos e cores e desenhos de vários personagens expostos em painéis. As professoras abraçaram a causa e se empenharam em auxiliar a Luciana.
Fui até lá para falar aos alunos sobre a importância da leitura e para contar histórias. Falei-lhes que, enquanto criança, como elas, eu gostava muito de ler e que devemos iniciar no processo da leitura assim que aprendemos a ler, para que isso se torne um hábito, pois de tanto ler eu havia me tornado escritora, porque o escrever está no ler.
Levei alguns exemplares do livro infantil recém-lançado “A Lua Quebrada” e mostrei-lhes. Eles ficaram encantados! Antes mesmo de os livros serem registrados e catalogados para a biblioteca, eles já queriam saber se podiam pegá-los para ler.
Visitando a exposição, tirei fotos com os personagens confeccionados pelos alunos e me encantei com uma Emília que faltava pouco falar. Tirei algumas fotos com ela. Uma professora, que percebeu o meu deslumbramento, presenteou-me com a boneca, que tinha sua dona, que se aproximou armada para tirá-la de mim. A professora acalmou-a dizendo que providenciaria outra para ela, mas ela continuou irredutível!
Então, a professora usou uma estratégia que pensei não daria certo. Disse-lhe que em troca da boneca, eu lhe daria um livro “A Lua Quebrada”. Prontamente aquela criança afrouxou o bracinho e me entregou a boneca.
Autografei o livro para ela! Com que emoção eu o fiz! Fui ali para falar da importância da leitura, da preciosidade que são os livros e aquela meninazinha prontamente entendeu. Trocou a Emília de Monteiro Lobato por um livro de Terezinha Campos.
Enquanto eu fazia a dedicatória, ela anunciava: ganhei um livro, ganhei um livro! E outros alunos abordavam a Luciana: tia, o que eu faço para ganhar um livro também? A minha alegria foi muito grande!
Uma tarde festiva com um banquete literário sem precedentes!
“Só reconhece o valor de um livro, quem está sempre em diálogo com ele”.