Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

Serro há 70 anos patrimônio do Brasil

Publicado em 18/01/2024 às 23:47.

Sede de uma das quatro primeiras comarcas da Capitania das Minas, a antiga Vila do Príncipe do Serro Frio, hoje, cidade do Serro, ainda guarda as características das vilas setecentistas mineiras, o que lhe valeu ser o primeiro município brasileiro a ter seu conjunto arquitetônico e urbanístico tombado pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional em abril de 1938.

Em 1702, uma bandeira chefiada por Antônio Soares Ferreira descobriu as minas de ouro de Ivituruí, que em língua indígena significa Serro Frio, um “nevoeiro denso que invade a parte alta da serra, acarretando grande baixa de temperatura e sendo acompanhada de vento mais ou menos forte e constante”. Assim, é descrito o típico clima da região.

Em pouco tempo, um grande número de aventureiros chegou ao local atraído pelo ouro que brotava fácil nas cabeceiras do Jequitinhonha e seus afluentes. Em 1711, o sargento-mor, Lourenço Carlos Mascarenhas, foi nomeado superintendente das minas de ouro da região para manter a ordem e a justiça. A prosperidade do arraial motivou, então, sua elevação à vila no ano de 1714, quando, então, ganhou o nome de Vila do Príncipe. Com a criação da Comarca do Serro Frio, a vila passou a ser sede da comarca. Em 6 de março de 1838, a vila foi elevada à cidade com a denominação de Serro.

Suas igrejas impressionam pela qualidade da ornamentação e pela pintura em perspectiva nos forros. Ao lado do seu acervo histórico-arquitetônico, representados pelos belos monumentos religiosos e notável conjunto de sobrados, o Serro guarda também outro importante aspecto de sua riqueza cultural do passado: as tradições folclóricas, as festas religiosas e a peculiar gastronomia. O QUEIJO DO SERRO, o mais famoso produto da região, foi o primeiro bem registrado como patrimônio imaterial de Minas Gerais.

Rodeada por montanhas, a cidade é muito procurada pela beleza de sua paisagem. Os Distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio da Pedras, paraísos ecológicos já famosos como destinos turísticos mineiros, são locais para quem procura a paz, a tranquilidade das serras e as belíssimas cachoeiras. Nos distritos de Mato Grosso e Três Barras da Estrada Real, os visitantes, também, poderão encontrar boas alternativas para caminhar, descansar e contemplar a natureza. Já o povoado de Capivari está na rota para quem deseja subir o Pico do Itambé, em seus arredores, existem trilhas que revelam impressionantes paisagens do cerrado mineiro.

O Museu Regional Casa dos Ottoni é uma construção do século XVIII, de aparências simples, com linhas arquitetônicas que lembram os velhos solares mineiros. Abriga Museu, com peças de imaginária, utensílios e móveis de época.

O antigo Arraial de Milho Verde é terra natal da personagem histórica Chica da Silva, nascida entre 1731 e 1735. Ao circular pelo distrito, o visitante terá a oportunidade de observar diversas construções típicas da localidade, além das notórias cachoeiras que são sem dúvida seu grande atrativo. Algumas mais acessíveis; outras que requerem um pequeno esforço para chegar; porém todas lindas. São elas: Lajeado, Carijó, Piolho, Moinho, da Ema, Canelau. Ah, e mais aquelas que ainda estão escondidas, intocadas, selvagens, esperando alguém descobri-lass.

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