Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

Semana de Arte Moderna de 1922

11/02/2022 às 00:07.
Atualizado em 11/02/2022 às 09:24

A Semana de Arte Moderna de 22, realizada de 11 a 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, contou com a participação de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos. O idealizador deste evento artístico cultural foi o pintor Di Cavalcanti.

O objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com “a perfeita demonstração do que há em nosso meio: em escultura, arquitetura, música e literatura, sob o ponto de vista rigorosamente atual”, como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922.

A produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências vanguardistas da Europa sem, contudo, perder o caráter nacional, era uma das grandes aspirações que a Semana tinha em divulgar.

Era o primeiro centenário da Independência e os jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o prendiam aos padrões estrangeiros. Seria, então, um movimento pela independência artística do Brasil. 

Os artistas brasileiros estavam se movimentando para criar uma identidade nacional, fugindo das regras do passado. A ideia era acompanhar o desenvolvimento das artes na Europa e introduzir e firmar a identidade nacional.

Na primeira noite (13 de fevereiro), Graça Aranha, que, como membro da Academia Brasileira de Letras, conferia ao evento um ar de respeitabilidade, profere a conferência “A Emoção Estética da Arte Moderna”, ilustrada com poemas declamados por Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, acompanhados por Ernâni Braga ao piano, executando, de Eric Satie, a paródia da Marcha Fúnebre de Chopin.

A segunda noite (15 de fevereiro) começa com um discurso de Menotti del Picchia sobre romancistas contemporâneos, acompanhado por leitura de poesias e números de dança. É aplaudido. 

Mas quando foi anunciado Oswald de Andrade, começaram as vaias e insultos na platéia. É lido o poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, por Ronald de Carvalho.

As vaias só param quando sobe ao palco a aclamada pianista Guiomar Novais. Após, Mario de Andrade, sob vaias, lê poemas que constituíram o livro A Escrava que não é Isaura, Renato de Almeida critica o Parnasianismo e Villa-Lobos entra no palco de chinelos (pois teria um calo no pé) e guarda-chuva, indignando o público.

A última noite (17 de fevereiro) é totalmente dedicada à música de Villa-Lobos. As vaias continuam até que a maioria pede silêncio para ouvi-lo. Os instrumentistas tentam executar as peças incluídas no programa apesar do barulho feito pelos espectadores e levam o recital até o fim.

Os instrumentistas tentam executar as peças incluídas no programa apesar do barulho feito pelos espectadores e levam o recital até o fim.

A Semana de Arte Moderna foi o divisor das águas na arte brasileira. E esse movimento se consolidou entre os anos 1922 e 1930. A Semana é responsável pela transformação da arte no país e influenciou vários movimentos que a seguiram. 

Palestra foi proferida por Artur Laizo na passagem dos 100 anos da Semana de Arte Moderna.

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