Ivana Ferrante Rebello e Almeida tomou posse como presidente da Academia Montes-clarense de Letras. Doutora em Literatura, é professora na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Todos se encantam com a Ivana: sua alegria, seu bom humor e a segurança que ela inspira são contagiantes. Foi professora de uma de minhas filhas na Unimontes, a quem ela considerou sua melhor professora do curso de Letras/Português. Não só pelo conhecimento, que a caracteriza, mas por ser portadora da verdade, imparcial, modesta e dona de uma humildade incrível.
Quem a vê tem a cautela de se aproximar, pois tem o brilho de uma Rigel ou Betelgeuse, estrelas de primeira grandeza na Constelação de Orion. É uma mulher bonita, cheia de vida, protótipo da simpatia e jovem, muito jovem. Com porte principesco, sabe aliar imponência e simplicidade.
A Academia Montes-clarense de Letras recebeu um galardão como presidente. Ela não é só doutora em Literatura, ela respira Literatura, ela é a própria Literatura. Conhece profundamente a obra de José de Alencar. Segundo a minha filha, que foi sua aluna, quando ela com toda segurança falava sobre Lucíola, O Tronco do Ypê e outras obras do escritor, era de uma forma tão eloquente e entusiasta que a vontade era de, imediatamente, naquele momento, começar a ler o livro.
Certa ocasião, ela convidou minha filha e uma colega para apresentarem um Seminário sobre Música e Literatura, o Trio em La Menor do escritor Machado de Assis: a sua colega falou sobre Literatura e minha filha falou sobre Música.
Foi uma repercussão extraordinária, entre os que estavam presentes. Agradecendo às alunas pela apresentação, ela disse que ali estava uma prova de que o aluno supera o mestre. E a minha filha completa: Ivana é assim, mãe! Um ser inexplicável! Ela não é daqui. Ela é de uma dimensão muito superior.
Minha filha é professora de Português. Um casamento perfeito dela com a Literatura, por dom, vocação e uma dedicada mestre. Ivana é a Mestre-Mor, um Menir fincado nos claros montes de minha querida Montes Claros, ascendendo Literatura nos raios solares do sertão, descobrindo outros talentos como minha querida filha e compartilhando Literatura no Congresso Nacional.
Não sei a quem parabenizar: se a Ivana, se à Academia ou se a essas mulheres tantas quantas, que movimentam a cultura desse setentrião norte-mineiro!
Mas ouso homenagear a Ivana Ferrante Rebello e Almeida ao lado da Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Regina Graz, Pagu e tantas outras que, através do Movimento de 1922, trouxeram à luz escritores que buscam na Literatura a emancipação no convívio com as artes.