Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

CEM ANOS DE JOSÉ SARAMAGO

Publicado em 24/11/2023 às 10:31.

José Saramago (1922-2010) foi um importante escritor português. Autor de uma vasta obra, distribuída por diferentes domínios: ficção narrativa, drama, poesia, crônica, diários etc. Saramago é considerado um dos maiores escritores da língua portuguesa. Toda essa notoriedade contribuiu decisivamente a atribuição, em 1995, do Prêmio Camões, e em 1998, do Prêmio Nobel da Literatura, o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.
A formação e a produção literária de Saramago são, entretanto, relativamente singulares, tanto pelas suas características intrínsecas, pelo ritmo de desenvolvimento, e pelos dotes técnicos então exibidos, como sobretudo pela vocação a problematização metaficcional da representação artística, da escrita narrativa, e da relação do escritor com a história.
José Saramago foi eleito Sócio Correspondente no dia 9 de julho de 2009 para a cadeira nº 16, na vaga do escritor francês Maurice Druon. Ao saber da eleição, Saramago dedicou sua coluna no Diário de Notícias de Lisboa à Academia Brasileira de Letras. Disse que a notícia lhe tinha sido dada pelo Acadêmico Alberto da Costa e Silva e complementou:”Eis-me portanto acadêmico no país que mais amo depois do meu, o Brasil. É como estar em casa”.(Fonte: ABL-online)
Nascido em 16 de novembro de 1922, na aldeia de Azinhaga, em Portugal, José Saramago foi um contestador. Seja questionando os cânones literários, as religiões, o mercado ou o Estado, a preocupação central de sua obra e de sua militância político-literária sempre foram a desumanização de nossa sociedade, convictamente, associada por ele a poderosos e escusos interesses políticos, econômicos e ideológicos que em todas as épocas procuraram relegar o homem aos porões da Historia.
Em um discurso proferido por ocasião da entrega do Prêmio Nobel a ele, na mesma data em que se comemoravam os cinqüenta anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Saramago afirmou: Neste meio século não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente estavam obrigados. As injustiças multiplicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrênica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição de suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante.
Eis o recado do intelectual, escrito nos seus livros e gravado para a eternidade: ajamos com lucidez, empatia, solidariedade e resistência. 
José Saramago, presente!
No segundo semestre de 2022,a Academia Juiz-forana de Letras (Juiz de Fora MG)aderiu às comemorações do centenário de nascimento do escritor português José Saramago realizando às quartas-feiras, de modo virtual, um ciclo de palestras que abordaram a sua obra, com vários acadêmicos e convidados alternando-se na condução das exposições.
Os trabalhos tiveram início no dia 14 de setembro, quando a professora Maria Luiza Scher, a convite da acadêmica e diretora de eventos Marisa Timponi, fez uma brilhante explanação geral sobre a obra de Saramago e foi até 16 de novembro; seguindo-se então, Rosângela Rossi, Guilherme Salgado, Maria Aparecida Lacerda, Joseane Netto, Arlindo Tadeu Hangen e José Geraldo Heleno: todos com uma interação vibrante com o renomado escritor.

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